Menor escolaridade eleva taxa de desemprego no Brasil; veja quem mais sofre no mercado de trabalho

Levantamento do IBGE mostra que a taxa de desemprego caiu em 18 estados brasileiros no segundo trimestre, menos índice registrado desde 2012

, em Uberlândia

A taxa de desemprego no Brasil atingiu 5,8% no segundo trimestre de 2025, o menor patamar desde o início da série histórica em 2012, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados nesta sexta-feira (15) pelo IBGE. Apesar da melhora geral, um recorte importante revela um cenário desafiador, quanto menor a escolaridade, maior a dificuldade de inserção no mercado de trabalho.

Entre as pessoas que não concluíram o ensino médio, a taxa de desemprego chega a 9,4%, quase três vezes maior que a observada entre quem possui nível superior completo, que é de 3,2%. Já para aqueles com nível superior incompleto, o índice é de 5,9%.

Segundo o IBGE, essa relação direta entre escolaridade e empregabilidade é histórica e reforça a importância da qualificação profissional para competir por melhores vagas. “Os dados mostram que a escolaridade continua sendo um diferencial decisivo no acesso a empregos formais e de maior remuneração”, destacou William Araújo, pesquisador do instituto.

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Baixa escolaridade ainda é um dos principais fatores que elevam a taxa de desemprego no Brasil – Crédito: Freepik/Divulgação

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Diferenças também por gênero e raça

O levantamento também indica disparidades por gênero e cor. Entre os homens, a taxa de desemprego foi de 4,8%, enquanto entre as mulheres alcançou 6,9%. No recorte por cor ou raça, os brancos registraram índice de 4,8%, abaixo da média nacional, enquanto pretos (7,0%) e pardos (6,4%) enfrentam taxas mais altas.

Cenário regional e recordes históricos

No segundo trimestre, 18 estados tiveram queda na taxa de desemprego e 12 registraram o menor índice da série histórica. Os menores números foram de Santa Catarina (2,2%), Rondônia (2,3%) e Mato Grosso (2,8%). Já as maiores taxas foram registradas em Pernambuco (10,4%), Bahia (9,1%) e Distrito Federal (8,7%).

Impactos para a economia

Mesmo com o índice nacional em queda, o Banco Central segue atento. O dinamismo do mercado de trabalho pode gerar pressão inflacionária, o que influencia diretamente a taxa básica de juros, a Selic, mantida atualmente em 15% ao ano. Juros altos encarecem o crédito, reduzem o consumo e ajudam a controlar a inflação, mas também podem frear o ritmo de geração de empregos.

O desafio, portanto, é equilibrar o aquecimento do mercado com políticas que ampliem o acesso à educação e à qualificação, criando oportunidades mais justas e sustentáveis para todos.

Veja como estão os Estados

Registraram queda: Santa Catarina (SC), Goiás (GO), Espírito Santo (ES), Rio Grande do Sul (RS), Mato Grosso do Sul (MS), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Ceará (CE), Maranhão (MA), Alagoas (AL), Amapá (AP), Piauí (PI), Paraíba (PB), Minas Gerais (MG), Pará (PA), Bahia (BA), Amazonas (AM), Rio Grande do Norte (RN).

Registraram estabilidade: Pernambuco (PE), Distrito Federal (DF), Sergipe (SE), Acre (AC), Roraima (RR), Tocantins (TO), Paraná (PR), Mato Grosso (MT), Rondônia (RO).