Brasil registra menor taxa de desemprego da série histórica, segundo IBGE

País registra taxa de 5,8% no segundo trimestre de 2025; número de ocupados e rendimento médio também atingem recordes históricos

, em Uberlândia

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Taxa de desemprego em queda, carteira assinada em alta e salários com os maiores valores já registrados. Esse é o retrato atual do mercado de trabalho brasileiro, segundo a nova edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa de desocupação no segundo trimestre de 2025 ficou em 5,8%, se tornando a menor já registrada desde o início da série histórica da pesquisa, em 2 012.A queda ocorre no mesmo momento em que o país registra o maior número de trabalhadores com carteira assinada, crescimento na renda média e recorde na massa de rendimentos. Os dados foram atualizados com base no Censo Demográfico de 2022.

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Taxa de desemprego
Taxa de desemprego no Brasil é a menor da história – Crédito: Freepik/Divulgação

O levantamento mostra que o Brasil fechou o trimestre com 102,3 milhões de pessoas ocupadas, o maior número desde o início da série. Ao mesmo tempo, 6,3 milhões de brasileiros ainda estão em busca de emprego, o que representa uma queda de 17,4% em relação ao trimestre anterior e 15,4% na comparação anual.

A nova taxa de desemprego representa uma melhora significativa em relação aos 7% registrados no primeiro trimestre deste ano e aos 6,9% do mesmo período de 2024. Desde novembro do ano passado, quando o índice era de 6,1%, o mercado de trabalho brasileiro não mostrava um desempenho tão positivo.

Além da alta no número de ocupados, outros indicadores bateram recordes. O número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 39 milhões, o maior patamar já registrado. Esse grupo teve alta de 0,9% no trimestre (mais 357 mil pessoas) e de 3,7% na comparação com 2024 (acréscimo de 1,4 milhão de trabalhadores). Já os trabalhadores sem carteira assinada somam 13,5 milhões, com crescimento de 2,6% no trimestre.

A informalidade, que inclui quem trabalha por conta própria sem Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e sem carteira assinada, ainda representa uma fatia relevante do mercado: 37,8% da população ocupada, o que equivale a 38,7 milhões de pessoas. Apesar de alta, a taxa está em queda: era de 38% no trimestre anterior e de 38,6% no mesmo período de 2024.

O número de trabalhadores por conta própria também cresceu, totalizando 25,8 milhões, com aumento de 1,7% no trimestre e 3,1% no ano. No setor público, 12,8 milhões de pessoas estão empregadas, outro recorde da série histórica.

A PNAD Contínua também revelou avanço no rendimento da população. O salário médio real habitual subiu para R$ 3.477, maior valor já registrado. Isso representa um crescimento de 1,1% em relação ao primeiro trimestre do ano e de 3,3% na comparação com o segundo trimestre de 2024. Já a massa de rendimentos — o total que os brasileiros recebem com o trabalho — foi estimada em R$ 351,2 bilhões, outro recorde, com alta de 2,9% no trimestre e 5,9% no ano.

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A taxa de subutilização da força de trabalho, que inclui desempregados, subocupados e pessoas que gostariam de trabalhar mais horas, caiu para 14,4%, a menor da série histórica. Ao todo, 16,5 milhões de brasileiros estão nessa situação. Também houve queda no número de desalentados, ou seja, aqueles que desistiram de procurar emprego por acharem que não vão conseguir. Esse grupo soma hoje 2,8 milhões, menor número desde 2016.

Segundo o IBGE, as mudanças recentes na metodologia da pesquisa, que agora é baseada nas estimativas populacionais do Censo de 2022, permitem retratar com maior precisão o mercado de trabalho brasileiro. A PNAD Contínua coleta dados em 211 mil domicílios de todo o país e considera ocupadas todas as formas de trabalho, desde empregos com carteira até atividades por conta própria.

Com mais brasileiros empregados, recebendo melhor e com vínculos formais de trabalho, o cenário do segundo trimestre de 2025 aponta um momento favorável para o mercado de trabalho. Os números, além de refletirem a recuperação da economia, também sugerem um ambiente mais positivo para o consumo, a arrecadação e o crescimento do país.