Vítimas de diplomas falsos em São Gonçalo do Abaeté buscam justiça

Promessa de formação em Serviço Social vira fraude e deixa rastro de prejuízo e decepção; Defensoria Pública age para encontrar bens ocultos e garantir indenização

, em Uberlândia

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Quatro anos de estudo, esperanças e sacrifícios foram em vão para estudantes que se formaram em um curso de serviço social em São Gonçalo do Abaeté, que descobriram que foram vítimas de diplomas falsos emitidos pela FAEP em parceria com a Faculdade Centro-Oeste do Paraná (Faceopar). Ao finalizarem o curso e pedirem o registro no Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), foram informadas que o curso não era reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC). Agora, três mulheres lutam por reparação.

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Vítimas de diplomas falsos buscam justiça por cursarem faculdade não reconhecida pelo MEC
FAEP é uma das instituições envolvidas no golpe que tornaram estudantes vítimas de diplomas falsos

Em entrevista ao repórter Rafael Ribeiro, para o Balanço Geral da TV Paranaíba, Vera Aparecida Soares resume o sentimento: “Era um sonho que eu tinha e, infelizmente, foi um sonho frustrado”. Ela e as colegas Mirian Pereira e Silvana Lopes se esforçaram e chegaram até a receber ajuda para conseguir atingir o objetivo de ter um diploma e realizar seus sonhos.

“Estudei muito, corri muito atrás de estágio, e, no fim, não deu nada certo”, relata Mirian. Para Silvana, foi um misto de “tristeza, dor, decepção, raiva”.

Vítimas de diplomas falsos venceram na Justiça

Segundo o defensor público José Sanches Aranda Neto, a informação era de que o curso era da FAEP. Mas, na documentação, percebeu que não era esta faculdade que prestava esse curso, mas sim a Faceopar. Entretanto, toda a administração referente ao curso era relacionada à FAEP, e por isso ela também foi responsabilizada.

Em 2022, a Defensoria ingressou com ação de indenização por danos materiais e morais. O juiz julgou procedente, responsabilizando as duas faculdades envolvidas e o diretor da FAEP João Libório Dias Filho — preso desde 25 de abril de 2025, em Uberlândia. Mas, ao buscar cumprimento da sentença, o defensor descobriu que as contas bancárias das empresas estavam vazias, mesmo ofertando cursos, com matrículas abertas e mensalidades sendo pagas.

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“Queremos localizar onde estão esses bens ocultos”, afirma Aranda Neto

As aulas eram ministradas na Escola Martinho Matos, mas segundo a direção, não há mais aulas do curso no local.

Hoje, Vera já recomeçou a faculdade. Não conseguiu eliminar nenhuma matéria, mas já está próxima de se formar. Por outro lado,  Mirian enfrenta sequelas emocionais. “Faço tratamento, tomo vários remédios e nunca irei superar o trauma e a tristeza”, confessa.

As mulheres afirmam que, além do prejuízo financeiro, a situação causou prejuízo emocional e elas buscam por justiça.