Redação do Enem 2025: veja como garantir nota alta, segundo especialistas

Professores destacam a importância da prática semanal, repertório atualizado e domínio da estrutura para alcançar a nota máxima

, em Uberlândia

A Redação do Enem 2025 é um dos pontos mais aguardados pelos vestibulandos, e especialistas já indicam possíveis caminhos para realizar a prova, que acontecem nos dias 9 e 16 de novembro. Com base em análises dos últimos dez anos, questões sociais, culturais e tecnológicas continuam sendo as prováveis de aparecer. Veja ao final os temas que caíram desde 2011.

Enem 2025 tem prazo de inscrições prorrogado
Especialistas reforçam que temas sociais e culturais devem aparecer novamente na redação do Enem 2025 – Crédito: Redes Socias/Reprodução

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Principais estratégias

Em entrevista ao Paranaíba Mais, a Professora de Língua Portuguesa e Redação, Dunnia Handam, reforçou que o domínio da estrutura do texto dissertativo-argumentativo e a organização das ideias são fundamentais. Confira as dicas da profissional:

“Para garantir que a redação do Enem esteja nos padrões exigidos, acredito que os estudantes devem, primeiramente, respeitar a estrutura do texto dissertativo-argumentativo, com introdução, desenvolvimento e conclusão bem definidos, redigidos em terceira pessoa”, disse.

Ela explica que é essencial compreender e corresponder com precisão à proposta temática apresentada. Para isso, é preciso ler os textos motivadores e uma organização prévia das ideias a serem expostas no texto.

“Outro ponto crucial é o uso de repertórios socioculturais pertinentes e produtivos – que deve ser utilizado, obrigatoriamente, pelo candidato – os quais fortalecerão a argumentação em defesa da tese apresentada. Ainda sobre cumprimento de critérios obrigatórios na prova de redação, o candidato deve apresentar uma proposta de intervenção completa e detalhada, com todos os cinco elementos exigidos: agente, ação, modo/meio, finalidade e detalhamento”, esclareceu.

Dunnia Handam relata ainda que é indispensável o cuidado com a norma padrão da língua portuguesa, evitando erros gramaticais e ortográficos, bem como a atenção ao uso dos recursos conectivos entre frases e parágrafos.

Erros mais comuns

Para a professora, um dos erros mais frequentes é fugir ao tema proposto, o que pode levar a nota zero nessa prova. Para evitar isso, é importante ler com atenção os textos motivadores e delimitar claramente o recorte temático antes de começar a escrever.

“Outro erro recorrente é deixar de apresentar uma proposta de intervenção ou apresentá-la de forma incompleta, o que reduz a pontuação nesta competência. Para resolver esse problema, o candidato deve praticar o uso dos cinco elementos obrigatórios da proposta em suas redações semanais”, disse.

Além disso, Handam explicou que é comum o uso do repertório de maneira superficial ou desvinculada ao tema. A redação perde qualidade quando o texto não apresenta uma argumentação sólida, coerente e bem fundamentada. Por isso, é necessário treinar o uso crítico e produtivo dos conhecimentos, pesquisar informações, ler textos diversos, estar atento às atualidades.

“Muitos alunos pecam em usar de modo equivocado ou pouco diversificado os conectivos durante o texto, sendo assim, a melhor maneira de evitar isso é praticar a escrita frequentemente, revisar os textos com atenção e buscar orientação sempre que possível, no caso de dúvidas gramaticais”, indicou.

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Como treinar a argumentação e o repertório?

Sobre o desenvolvimento de uma boa argumentação, a profissional disse que nos meses que antecedem o Enem, é possível repertório de forma prática e eficaz, por meio de ações bem direcionadas. “Primeiramente, é imprescindível escrever uma redação por semana, com correções baseadas nas cinco competências avaliativas, essa é uma das formas mais efetivas de aprimorar a escrita”, comentou.

Além disso, montar um “banco de repertórios” divididos por áreas do conhecimento (como literatura, história, atualidades, sociologia, cinema e filosofia) permite que o estudante tenha referências acessíveis e diversificadas para diferentes temas. A leitura frequente de bons textos argumentativos, como artigos de opinião, editoriais e redações nota mil, contribui para que o aluno assimile estruturas e estratégias eficazes de argumentação.

O que fazer agora?

“Com dois meses restantes até a prova do Enem, penso que, ainda, há tempo para que os vestibulandos aprimorem significativamente suas redações. A constância na prática da escrita é essencial: escrever uma ou duas redações por semana, com correção detalhada, permite identificar e corrigir falhas recorrentes. Mais do que produzir novos textos, reescrever aqueles que foram corrigidos é uma forma eficaz de fixar o aprendizado e evitar a repetição de erros”, aconselhou Dunnia.

Além disso, a professora considera importante que os alunos invistam em temas recorrentes e atuais, explorando questões sociais, ambientais e tecnológicas, entre outras, que costumam aparecer no exame. Antes de começar a escrever, é recomendável fazer um bom planejamento textual, com a definição clara da tese, dos argumentos e da proposta de intervenção.

“Isso contribui para a organização das ideias e melhora a fluidez do texto. Simular a redação com tempo cronometrado também é uma ótima estratégia para se adaptar às condições da prova. Por fim, ler redações nota mil comentadas é uma excelente fonte de aprendizado, pois permite compreender na prática o que torna um texto excelente”, finalizou.

O que já caiu em anos anteriores

Desde 2011, o Exame Nacional do Ensino Médio apresenta temas que envolvem problemas sociais brasileiros, ligados a direitos humanos e cidadania:

  • 2024 – Os desafios da mobilidade urbana sustentável no Brasil
  • 2023 – O papel do enfrentamento ao assédio moral no ambiente escolar
  • 2022 – O impacto da falta de acesso ao registro civil para a garantia da cidadania no Brasil
  • 2021 – Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil
  • 2020 – O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira
  • 2019 – Democratização do acesso ao cinema no Brasil
  • 2018 – Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet
  • 2017 – Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil
  • 2016 – Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil
  • 2015 – O que os especialistas esperam para 2025
  • 2014 – Publicidade infantil em questão no Brasil
  • 2013 – Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil
  • 2012 – O movimento imigratório para o Brasil no século XXI
  • 2011 – Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado

Sobre a importância de treinar com temas anteriores, a professora Rosena de Souza disse ao Paranaíba Mais assim é possível saber a forma como os assuntos são apresentados. “É preciso conhecer o estilo dos temas, com seus textos de apoio mais abrangentes, as frases-tema e o estilo da escrita exigido”.