Reajuste de 5,26% para servidores da educação em MG: o que muda na prática?

Novo aumento salarial gera debates sobre valorização docente e cumprimento do piso nacional

, em Uberlândia

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O recente reajuste para servidores da educação básica em Minas Gerais sancionado pelo governador Romeu Zema trouxe à tona discussões sobre a efetiva valorização da categoria e o cumprimento do piso salarial nacional. Enquanto o governo estadual destaca o compromisso com a educação, sindicatos apontam que o aumento ainda está aquém do necessário para atender às demandas da classe.

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Professores da educação básica são alguns dos profissionais beneficiados pelo aumento de salário
Professores da educação básica são alguns dos profissionais beneficiados pelo aumento de salário – Crédito: José Cruz/Agência Brasil

Entenda o reajuste

Aprovado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais e sancionado em 17 de maio, o reajuste de 5,26% é retroativo a janeiro de 2025. A medida abrange todas as carreiras da educação básica estadual, incluindo professores, diretores, secretários, auxiliares e trabalhadores temporários. Além disso, servidores inativos e pensionistas com direito à paridade também serão beneficiados. Em alguns casos, a legislação prevê a complementação da remuneração de auxiliares de serviços da educação básica com jornada mínima de 30 horas semanais.

Reações da categoria

Apesar do aumento, o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) considera o reajuste insuficiente. A entidade reivindica um aumento de 6,27%, correspondente ao percentual definido pelo Ministério da Educação para o piso salarial nacional do magistério em 2025. Com o reajuste atual, o salário base de um professor com jornada de 24 horas semanais passa de aproximadamente R$ 2.700 para R$ 2.920,66, valor que, segundo o sindicato, ainda está abaixo do piso nacional e representa menos que dois salários mínimos.

Perspectivas futuras

O governo estadual argumenta que o reajuste de 5,26% é proporcional à jornada de trabalho dos professores mineiros, que é de 24 horas semanais, em comparação às 40 horas consideradas no piso nacional. No entanto, a administração já sinalizou que não há previsão orçamentária para novos aumentos salariais no curto prazo, citando restrições financeiras e a necessidade de ajustes fiscais.

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Leia Mais

Impacto financeiro

Segundo estimativas das secretarias de Educação e Planejamento, o reajuste representará um impacto anual de aproximadamente R$ 692,8 milhões na folha de pagamento do Estado.

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Concurso público anunciado

Paralelamente ao reajuste, o governo de Minas anunciou a abertura de um concurso público com 13.795 vagas para diversas carreiras na rede estadual de ensino. As oportunidades abrangem cargos como Professor de Educação Básica, Especialista em Educação Básica, Analista Educacional, Técnico da Educação e Assistente Técnico de Educação Básica, com atuação nas 47 Superintendências Regionais de Ensino e em unidades escolares de todo o Estado.