Minas disputa novos cursos de Medicina: Araxá, Ituiutaba e Patrocínio na corrida

Edital do MEC prevê 120 vagas em duas novas instituições no Estado; cidades do Triângulo e Alto Paranaíba estão entre as candidatas

, em Uberlândia

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Em uma iniciativa que para alavancar o cenário da saúde e da educação em Minas Gerais, sete regiões do Estado estão na disputa por duas novas faculdades de Medicina, totalizando 120 vagas. Entre as candidatas destacam-se Araxá, Ituiutaba e Patrocínio, que veem na possível instalação dos cursos uma oportunidade de desenvolvimento regional e melhoria na assistência médica.

O processo, conduzido pelo Ministério da Educação (MEC) por meio de edital lançado em 2023, prioriza municípios com carência de profissionais de saúde e infraestrutura adequada para a formação médica.

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Estudantes que querem cursar Medicina terão mais oportunidades – Crédito: Internet/Reprodução

Disputa acirrada por novas vagas

Edital n° 1 de 04 de outubro de 2023, que prevê a abertura de até 90 cursos de Medicina em todo o país, ainda está em andamento. As propostas devem ser apresentadas por instituições de ensino superior privadas, que precisam comprovar capacidade técnica e financeira, além de infraestrutura adequada para a formação médica.

A data de divulgação dos resultados preliminares foi adiada para 27/06/2025, e a dos resultados finais para o dia 29/08/2025.

Sete regiões de saúde mineiras foram pré-selecionadas para receber os novos cursos: Almenara/Jacinto, Araxá, Contagem, Ituiutaba, Janaúba/Monte Azul, Patrocínio/Monte Carmelo e São Lourenço. Cada região poderá abrigar, no máximo, uma instituição. A seleção leva em conta critérios como a necessidade social, a existência de hospital com pelo menos 80 leitos e a disponibilidade de cenários de prática para os estudantes.

Oportunidade para Araxá, Ituiutaba e Patrocínio

Araxá, Ituiutaba e Patrocínio, localizadas nas regiões do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, estão entre as cidades que pleiteiam a instalação dos novos cursos. Ambas apresentam características que atendem aos requisitos do edital, como hospitais de médio porte e demanda por profissionais de saúde.

A instalação de uma faculdade de Medicina nessas cidades pode impulsionar o desenvolvimento local, atrair investimentos e melhorar a qualidade da assistência médica. Além disso, a presença de cursos superiores tende a reter talentos na região, reduzindo o êxodo de jovens em busca de formação em centros maiores.

Em dezembro, o Conselho Universitário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) aprovou a criação do curso de Medicina no campus Pontal, localizado em Ituiutaba. A proposição veio da colaboração entre a universidade, o Município e o Governo Federal.

O curso será ofertado a partir de 2026 e será de grau bacharelado e turno integral.

A ação de expansão dos cursos de Medicina em universidades federais não integra o edital.

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Desafios na formação médica

Apesar do entusiasmo com a possibilidade de novos cursos, entidades médicas alertam para os desafios na formação de profissionais qualificados. A Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) destaca que a abertura de faculdades deve ser acompanhada de investimentos em infraestrutura, corpo docente qualificado e programas de residência médica. A entidade ressalta que a simples criação de vagas não garante a fixação de médicos em áreas remotas, sendo necessário oferecer condições adequadas de trabalho e desenvolvimento profissional.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) também expressa preocupação com a expansão desordenada de cursos de Medicina, especialmente em municípios que não oferecem cenário favorável ao ensino. Levantamento da entidade aponta que 73% dos pedidos de abertura de escolas médicas estão em locais com infraestrutura de saúde deficitária, o que pode comprometer a qualidade da formação.

Próximos passos

As instituições interessadas em participar do edital tiveram até 4 de outubro de 2024 para apresentar suas propostas. A divulgação e homologação do resultado final estão previstas para 29 de agosto de 2025. Caso Araxá, Ituiutaba ou Patrocínio sejam selecionadas, a expectativa é que os cursos comecem a funcionar nos próximos anos, marcando um novo capítulo na história da educação e da saúde dessas regiões.

A decisão final dependerá da análise criteriosa do MEC, que avaliará a capacidade das instituições proponentes e a adequação dos municípios às exigências do edital. Enquanto isso, as cidades seguem na expectativa, vislumbrando os benefícios que a instalação de uma faculdade de Medicina pode trazer para suas comunidades.