MEC chega a Uberaba para prestar apoio a comunidade escolar após morte de jovem

Profissionais do programa Escola que Protege oferecem acolhimento psicossocial a partir desta segunda (12). Retorno das aulas é avaliado

, em Uberlândia

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O Ministério da Educação (MEC) já está em Uberaba com profissionais do programa Escola que Protege, voltado ao enfrentamento da violência no ambiente escolar. A informação foi confirmada pela Prefeitura de Uberaba ao Paranaíba Mais nesta segunda-feira (12).

A mobilização ocorre após a morte da estudante Melissa Campos, de 14 anos, atacada com uma faca por um colega durante uma aula no Colégio Livre Aprender, na última quinta-feira (8).

Em reunião entre a coordenadora-geral de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas do programa, Thaís Santos, e a secretária municipal de Educação de Uberaba, Juliana Petek, ficou definido que os profissionais do MEC permanecerão na cidade por algumas semanas.

Além das ações de acolhimento, a equipe também oferecerá uma formação voltada à proteção coletiva de crianças e adolescentes, destinada aos educadores da rede de ensino da cidade, de escolas públicas e privadas.

A unidade de ensino avalia a possibilidade de retomar as aulas após a realização das ações de acolhimento do MEC aos profissionais, familiares e alunos. As aulas estão suspensas desde a morte da jovem.

No entanto, em contato com a secretaria do colégio, há uma possibilidade de retomada na próxima quinta-feira (15). Porém, a previsão ainda depende de confirmação oficial da assessoria do colégio, do qual a reportagem aguarda retorno.

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Morte de jovem em escola é registrada no Colégio Livre Aprender
Colégio suspendeu atividades na instituição por tempo indefinido após morte de jovem em escola – Crédito: TV Paranaíba

A presença do MEC na cidade visa oferecer apoio psicossocial à comunidade escolar e colaborar na superação dos impactos emocionais e organizacionais provocados pela tragédia.

As equipes do programa Escola que Protege são compostas por psicólogas especializadas em emergências, luto e trauma, e atuam diretamente com os profissionais da educação, alunos e famílias.

De acordo com o Governo Federal, o programa atua tanto na resposta imediata a situações de violência extrema quanto na prevenção de novos episódios.

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Além do suporte emocional, promove a formação continuada de educadores, a construção de planos de enfrentamento à violência e incentiva práticas de acolhimento, participação estudantil e respeito à diversidade.

A iniciativa também orienta os gestores locais na reconstrução da comunidade escolar, com o objetivo de restaurar o funcionamento adaptativo das pessoas e dos sistemas impactados pela violência.

Confira o comunicado da escola:

Crédito: Instagram/ Reprodução

A comunidade do Colégio Livre Aprender agradece profundamente a todas as manifestações de apoio que estamos recebendo neste momento tão doloroso. As palavras de carinho e solidariedade de nossos alunos, pais e de toda sociedade uberabense nos confortam e ajudam a lidar com esta situação tão difícil.

O caso está sendo apurado pela Polícia Civil de Minas Gerais, à qual agradecemos a conduta respeitosa dada à investigação. Pedimos que, nesse momento, compreendam as limitações da escola, uma vez que não temos acesso a informações sobre o andamento das investigações.

Embora a dor ainda nos envolva, estamos com a missão de continuar apoiando nossos alunos, pais, professores, colaboradores e toda comunidade. Já iniciamos os agendamentos de atendimentos psicológicos com as famílias e, com o apoio do Núcleo de Resposta e Reconstrução de Comunidades Escolares da Unesco (vinculado ao MEC), a partir da próxima semana, começaremos o trabalho de acolhimento, inicialmente pela comunidade interna de gestores, professores e colaboradores. Em seguida acolheremos os pais e responsáveis para, finalmente, recebermos nossos alunos.

Nosso compromisso é proporcionar um retorno acolhedor às atividades escolares, sempre com o objetivo de garantir a saúde emocional de todos, que é um dos princípios do nosso Colégio.

Contamos com todos nesse processo de cura e reconstrução.

Colégio Livre Aprender

Relembre o caso

Uma adolescente de 14 anos morreu na quinta-feira (8) após ser atingida por golpes de faca. A suspeita é que a ação tenha sido feita por um colega, em uma sala de aula do Colégio Livre Aprender, instituição particular, localizada no bairro Universitário, em Uberaba.

Melissa Campos tinha apenas 14 anos de idade. - Crédito: Redes Sociais/ Reprodução
Melissa Campos tinha apenas 14 anos de idade. – Crédito: Redes Sociais/ Reprodução