Cerca de 330 detentos de Uberlândia buscam diploma e nova chance
Detentos se inscreveram no Encceja para concluir o ensino fundamental e médio; projeto reforça ações de ressocialização nas unidades
Neste ano, mais de 300 detentos das unidades prisionais de Uberlândia participaram do exame que permite a conclusão do ensino fundamental e médio, em busca de nova oportunidade por meio do conhecimento. As provas integram o programa nacional de certificação voltado para pessoas privadas de liberdade, aplicado anualmente em todo o país. Em Uberlândia possui Penitenciária Professor João Pimenta da Veiga e Presídio Professor Jacy de Assis. As provas foram aplicadas em 23 e 24 de setembro e o resultado deve ser divulgado até o dia 15 de dezembro.
O número de participantes vem crescendo e mostra o avanço de ações voltadas à formação educacional e profissional nas penitenciárias. O objetivo é ampliar as chances de reinserção social e empregabilidade, além de estimular o senso de responsabilidade e autoconfiança entre os custodiados.

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Conhecimento como ferramenta de transformação
Dentro das unidades, os presos têm acesso a salas de aula e atividades educativas supervisionadas, com aulas que seguem o mesmo currículo aplicado fora do sistema prisional. A rotina de estudos é vista como uma forma de romper com antigos padrões de comportamento e preparar o retorno à sociedade.
Para educadores e servidores que atuam nas penitenciárias, a educação é o ponto de virada para muitos reclusos. O estudo regular, aliado a atividades profissionalizantes, contribui para reduzir a reincidência e ajuda os internos a resgatar valores como disciplina, empatia e autoestima.
Desafios e impacto positivo na rotina das unidades
Apesar dos bons resultados, a adesão plena aos estudos ainda é um desafio. Muitos detentos chegam com defasagem escolar significativa e precisam de acompanhamento individualizado para avançar. Ainda assim, os programas educacionais têm conseguido manter bons índices de frequência e rendimento, resultado de parcerias entre o sistema prisional e a rede pública de ensino.
Os avanços podem ser medidos não apenas em notas, mas em mudanças de comportamento dentro das unidades. Em várias turmas, internos que antes tinham dificuldade de convivência se tornaram monitores voluntários ou ajudantes nas aulas, exemplo de como o aprendizado tem promovido transformações reais.