“Tarifa de 10% para produtos brasileiros”: confira quais são os 25 países na mira do ‘tarifaço’ de Donald Trump
Medida visa corrigir déficits comerciais dos EUA, mas pode gerar aumento de preços e tensões com países como o Brasil, China e União Europeia
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou hoje (2) no “Liberation Day” uma série de tarifas recíprocas que mexe com o comércio global. Em discurso na Casa Branca, ele anunciou taxas que se equiparam as cobradas por outros países sobre produtos americanos, prometendo “reconstruir a indústria dos EUA”. As medidas, efetivas a partir de meia-noite, já geram alerta de retaliações e impacto nos preços.
Conforme o anunciado, a lógica para tarifação é a de aplicar tarifas que representem pelo menos a metade do que os americanos são taxados em seus bens. Por exemplo, se o Japão coloca impostos de 46%, serão taxados em 24%.
Trump afirma que isso corrige déficits comerciais, mas economistas preveem aumento de custos para consumidores entraves comerciais. “Hoje é o dia em que a América renasce”, declarou o presidente.
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Países impactados
As tarifas afetam desde grandes parceiros como China, União Europeia, Canadá, México, até economias menores da África, Ásia e América Latina. No total, 145 países são taxados. Confira os países apresentados durante o discurso:
• Brasil aplica 10%, vai receber em troca 10%
• China aplica 67%, vai receber em troca 34%
• União Europeia aplica 39%, vai receber em troca 20%
• Vietnã aplica 90%, vai receber em troca 46%
• Taiwan aplica 64%, vai receber em troca 32%
• Japão aplica 46%, vai receber em troca 24%
• Índia aplica 52%, vai receber em troca 26%
• Coreia do Sul aplica 50%, vai receber em troca 25%
• Tailândia aplica 72%, vai receber em troca 36%
• Suíça aplica 61%, vai receber em troca 31%
• Indonésia aplica 64%, vai receber em troca 32%
• Malásia aplica 47%, vai receber em troca 24%
• Cambodja aplica 10%, vai receber em troca 10%
• Reino Unido aplica 10%, vai receber em troca 10%
• África do Sul aplica 60%, vai receber em troca 30%
• Bangladesh aplica 74%, vai receber em troca 37%
• Singapura aplica 10%, vai receber em troca 10%
• Israel aplica 33%, vai receber em troca 17%
• Filipinas aplica 10%, vai receber em troca 10%
• Chile aplica 10%, vai receber em troca 10%
Brasil na lista
O Brasil entra na mira por dois motivos: o déficit comercial com os EUA (US$ 15 bilhões em 2024) e a importação de petróleo venezuelano. A tarifa sobre bens brasileiros, como aço, soja e etanol, preocupa o agronegócio e a Petrobras, que pode perder competitividade.
O Senado aprovou ontem (1º) a Lei da Reciprocidade Econômica, permitindo ao governo retaliar com sobretaxas ou suspensão de acordos, mas o Itamaraty prioriza diálogo. “Vamos negociar antes de agir”, disse uma fonte do ministério. Atualmente, o Brasil segue as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), que proíbem tarifas específicas contra um país sem acordos prévios.