Quanto custa ser mãe no Brasil? Estudos revelam investimentos da maternidade
Levantamento aponta que custo para criar um filho pode variar entre R$ 60 mil e R$ 3,6 milhões até os 18 anos
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Ser mãe no Brasil vai além de desafios emocionais e sociais, trata-se de um alto custo financeiro que pode ultrapassar R$ 3,6 milhões até a maioridade do filho. De acordo com levantamentos do IBGE e do Insper, os gastos com uma criança que vão da gestação aos 18 anos, variam conforme a renda familiar, indo de R$ 60 mil nas classes mais baixas a milhões entre os mais ricos.

Segundo o estudo do Insper, os gastos com filhos acompanham a renda familiar: entre as famílias mais ricas, o valor investido na criação de um filho é pelo menos 15 vezes maior do que nas classes mais baixas.
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Parto: o primeiro grande investimento
Mesmo antes do nascimento, os custos começam a pesar no orçamento das famílias. Apenas com consultas pré-natais, que variam de R$ 300 a R$ 600 cada, uma gestante pode gastar de R$ 3.000 a R$ 6.000 ao longo dos nove meses. Se a família optar por um parto particular, os valores podem subir ainda mais: uma cesárea pode chegar a R$ 15 mil, segundo a Associação Médica Brasileira, considerando honorários médicos e estrutura hospitalar.
Primeiros anos de vida
Nos dois primeiros anos, ser mãe no Brasil envolve custos como saúde, fraldas, alimentação, roupas e creche que podem chegar a R$ 23.912,20. Além das despesas médicas, muitas famílias precisam considerar os gastos com assistência durante o retorno ao trabalho, como babás ou creches. Também entram na conta adaptações na casa, como redes de proteção, protetores de tomadas e camas específicas.
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Custos com lazer, educação e saúde
Com a autonomia crescente da criança, os gastos se concentram em lazer, brinquedos, roupas e educação. O valor estimado pelo IBGE para esse período é de R$ 28.801,44. Mesmo sem o custo de fraldas, a escola infantil, alimentação mais elaborada e plano de saúde continuam pesando no orçamento.
Na fase dos 13 aos 18 anos, os custos se elevam novamente, atingindo até R$ 95.239,56 para famílias de renda mais alta. Entram nessa conta os gastos com escolas particulares, cursos preparatórios, tratamentos ortodônticos, materiais escolares e até viagens e eventos. É também o período de início do planejamento para o ensino superior — outro fator que exige estabilidade financeira.
Ser mãe no Brasil
O desafio envolve preparo emocional e também planejamento financeiro rigoroso. A ausência de políticas públicas robustas de apoio à maternidade e à infância, como creches públicas em número suficiente e ampliação da licença-maternidade, agrava ainda mais esse cenário para milhares de mulheres brasileiras, principalmente nas periferias.
Disparidade social
Ao somar todos os períodos da infância até a maioridade, o custo total de ser mãe no Brasil varia amplamente. Famílias das classes D e E investem entre R$ 60 mil e R$ 240 mil até os 18 anos do filho. Já para famílias das classes A e B, esse número pode chegar a R$ 3,6 milhões, considerando educação privada, lazer, viagens internacionais, alimentação diferenciada e outros benefícios.
De acordo com o IBGE, cerca de 30% da renda familiar é destinada à criação dos filhos. Isso inclui não apenas custos diretos como roupas, alimentos e educação, mas também despesas indiretas como moradia, transporte e lazer.