Quanto custa abastecer em Uberlândia? Confira um mapa de preços de norte a sul
Levantamento feito pelo Paranaíba Mais revela as diferenças de preços da gasolina e etanol, com destaque para a zona norte
Os preços dos combustíveis em Uberlândia podem variar significativamente de acordo com a região da cidade. Um levantamento realizado pelo Paranaíba Mais, analisando dois postos de combustíveis em 5 regiões, constatou que o preço da gasolina varia entre R$ 5,57 e R$ 5,89, sendo a Zona Norte a que apresenta o maior valor.
O etanol, por sua vez, apresenta uma variação menor, com preços entre R$ 3,64 e R$ 3,89, a Zona Sul é a que registra o maior valor.

Variação dos preços dos combustíveis por região
Levando em consideração dois postos de combustíveis de zonas distintas, como a Zona Leste, Zona Norte, Centro, Zona Oeste e Zona Sul, é possível observar diferenças tanto na gasolina quanto no etanol.
Enquanto algumas áreas apresentam flutuações de preços consideráveis, outras mantêm valores mais estáveis.
Confira as variações de preços nos combustíveis em cada uma das regiões da cidade:
- Zona Leste:
Gasolina: R$ 5,74 a R$ 5,86 → Variação de R$ 0,12.
Etanol: R$ 3,74 a R$ 3,76 → Variação de R$ 0,02.
- Zona Norte:
Gasolina: R$ 5,57 a R$ 5,89 → Variação de R$ 0,32.
Etanol: R$ 3,89 a R$ 3,89 → Sem variação (preço fixo).
- Centro:
Gasolina: R$ 5,59 a R$ 5,86 → Variação de R$ 0,27.
Etanol: R$ 3,64 a R$ 3,76 → Variação de R$ 0,12.
- Zona Oeste:
Gasolina: R$ 5,75 a R$ 5,85 → Variação de R$ 0,10.
Etanol: R$ 3,75 a R$ 3,76 → Variação de R$ 0,01.
- Zona Sul:
Gasolina: R$ 5,85 a R$ 5,85 → Sem variação (preço fixo).
Etanol: R$ 3,85 a R$ 3,85 → Sem variação (preço fixo).
Carro ou ônibus? A difícil decisão dos que querem conforto e economia
Para o estudante universitário, Gabriel Augusto, o carro oferece um conforto que nenhum outro meio de transporte pode proporcionar. Ele prefere se locomover de carro, pois sempre tem um disponível e pode escolher o horário, o trajeto e a maneira como irá se deslocar.
Segundo Gabriel, o conforto de ter o carro à disposição é essencial, já que isso evita imprevistos com o Uber ou transporte público. Além disso, ele aprecia o fato de não precisar passar calor ou suar mais do que o necessário, o que torna o carro a opção mais confortável.
Carona compartilhada ou transporte público não são opções para Gabriel, pois ele valoriza o conforto e o controle do próprio horário. Portanto, o custo do combustível não o faz repensar o uso do veículo.
No entanto, essa comodidade também exige organização financeira. “No orçamento mensal eu sempre tento deixar esse valor separado, aí quando surge a necessidade de abastecer de novo eu tenho que remanejar alguma coisa, talvez sair menos ou então deixar de comprar algumas coisas”, explica.
Escolha de postos e confiabilidade
O estudante, que utiliza o carro para estudar e trabalhar, relata que, ao buscar postos de gasolina na região, teve uma experiência negativa ao abastecer em um posto sem bandeira.
Por ser um posto que não pertence a grandes redes conhecidas, ele percebeu a falta de garantia quanto à procedência da gasolina, o que acabou resultando em um problema mecânico em seu carro e custos com manutenção. Desde então, tornou-se ainda mais fiel aos postos de bandeira, por considerá-los mais confiáveis.
Em suas rotinas de abastecimento, Gabriel opta pelo posto de um hipermercado na região do Santa Mônica, que geralmente oferece preços mais competitivos. O estudante compara os valores com outros postos próximos, mas quase sempre prefere esse do hipermercado por garantir preços iguais ou mais baixos.
Um olhar atento aos preços
O etanol mais barato que Gabriel conseguiu encontrar nos últimos meses, segundo ele, esteve na faixa de R$ 3,73. O preço mais alto registrado foi de R$ 3,99. Atualmente, ele percebe que a variação tem se estabilizado entre R$ 3,74 e R$ 3,75.
Para ele, entre os meses de outubro e novembro, a oscilação nos preços do etanol foi mais notável, com diferenças de até 23 centavos. O estudante continua com seu padrão de abastecimento, normalmente colocando R$ 100 por vez.
O que mais impacta seu orçamento é a quantidade de vezes que precisa abastecer. Quando os preços estão melhores, ele consegue gastar cerca de R$ 300 ao mês, abastecendo três vezes. No entanto, com o aumento dos valores, pode ser necessário um abastecimento adicional, elevando os custos mensais para R$ 400.

O impacto dos preço para motoristas de aplicativo
Felipe Martins Franco, motorista de aplicativo em Uberlândia, também relata as dificuldades enfrentadas com os constantes aumentos nos preços dos combustíveis.
Ele explica que os valores têm subido gradativamente, com oscilações diárias: “Um dia está R$ 5,69, outro R$ 6,00, e se for véspera de feriado, há mais um aumento”, afirma o motorista, destacando que essas variações muitas vezes ocorrem sem uma justificativa clara.
O motorista comenta que isso faz com que, mesmo abastecendo a mesma quantidade, a quantidade de litros de combustível disponível seja menor, gerando custos mais altos. Para motoristas como ele, o preço é um fator crucial, já que o ganho depende diretamente dos quilômetros rodados, com valores que variam de R$ 0,89 a R$ 1,30 por quilômetro.
Felipe ressalta que os rendimentos têm sido menores do que quando iniciou suas atividades em Uberlândia, o que o obriga a selecionar cuidadosamente as corridas. “Hoje, os próprios passageiros enfrentam uma espera de 5 a 30 minutos porque precisamos escolher muito para não ‘pagar’ para trabalhar”, relata, evidenciando o impacto dos custos crescentes na dinâmica do serviço.
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Fatores que influenciam a determinação do preço dos combustíveis
Segundo Graciele de Fátima Sousa, economista do Cepes (Centro de Pesquisa), cada posto de combustível adota sua própria política de precificação, podendo definir o valor que considera adequado e que acredita ser suportado pelo mercado.
Na definição do preço final dos combustíveis, os empresários levam em conta diversos fatores, como os custos de manutenção do estabelecimento, que incluem o valor do aluguel (que varia de acordo com a localidade), além de despesas com energia, água e segurança.
São considerados também os salários dos funcionários e os custos logísticos e de transporte, que dependem da localização do posto, além da margem de lucro estabelecida.
A localização é um fator determinante não apenas nos custos de manutenção, mas também na competitividade do mercado. Postos localizados em áreas mais isoladas, com menor concorrência, tendem a praticar preços mais elevados, enquanto aqueles situados em regiões com mais estabelecimentos concorrentes costumam adotar valores mais competitivos.
Dessa forma, os postos têm liberdade para estabelecer o preço final aplicado aos consumidores, considerando todas essas variáveis.
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O impacto do ICMS no preço dos combustíveis
A economista explica que o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é o principal tributo estadual sobre os combustíveis no Brasil, e qualquer alteração em sua alíquota (percentual usado para calcular o valor final de um imposto) tem impacto direto no preço dos combustíveis.
Quando a alíquota do ICMS aumenta, isso resulta, de forma imediata, em uma elevação nos valores cobrados pelos combustíveis, já que os custos associados ao imposto são repassados ao consumidor.
Atualmente, a alíquota do ICMS sobre combustíveis é única e fixa, aplicada de forma uniforme em todos os estados brasileiros, com base no valor por litro de combustível comprado. Contudo, uma mudança recente foi aprovada, afetando a alíquota do ICMS para o diesel e a gasolina, que começará a vigorar em fevereiro de 2025.
O novo valor do ICMS será de R$ 1,12 por litro para o diesel (um aumento de R$ 0,06) e R$ 1,47 por litro para a gasolina (um aumento de R$ 0,10), conforme publicado no Diário Oficial da União. Como resultado, os consumidores sentirão o impacto desses aumentos diretamente no bolso, com combustíveis mais caros a partir de fevereiro de 2025.