Nova fórmula do salário mínimo prevê reajuste menor; trabalhador e aposentado podem perder até R$ 6 por mês

Uma nova proposta para o reajuste do salário mínimo foi apresentada pela equipe econômica nesta quarta-feira (27). Caso aprovada pelo Congresso Nacional, a fórmula deve limitar o crescimento do valor a partir de 2025, impactando trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais.

O objetivo da mudança é conter os gastos obrigatórios do governo e preservar o arcabouço fiscal, mecanismo que regula as contas públicas. Conforme as estimativas, o reajuste para 2025 passará de 7,71% para 7,29%, elevando o mínimo dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.515. Sem a nova regra, o valor seria de R$ 1.521.

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Entenda a nova fórmula de calcular o salário mínimo

Atualmente, o reajuste do salário mínimo é calculado com base na inflação do ano anterior (INPC) e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. O novo modelo mantém essa estrutura, mas estabelece um limite máximo de 2,5% para o crescimento real acima da inflação, mesmo que o PIB registre alta superior.

Em 2023, por exemplo, o PIB avançou 2,9%. Sob a nova regra, apenas 2,5% seriam considerados para o reajuste, reduzindo o impacto positivo para os beneficiários do salário mínimo.

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Impactos financeiros

A mudança representa uma economia significativa para o governo. Segundo cálculos oficiais, a cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, as despesas públicas crescem cerca de R$ 392 milhões. Com a nova fórmula, estima-se que o governo deixará de gastar R$ 2 bilhões em 2025.

Por outro lado, trabalhadores e aposentados perderão cerca de R$ 6 por mês no salário e no 13º, caso tenham direito. Isso afeta diretamente o poder de compra de milhões de brasileiros e pode ter repercussões na economia como um todo.

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Referência para milhões de brasileiros

O salário mínimo é o piso de remuneração para cerca de 59,3 milhões de pessoas no Brasil, segundo dados do Dieese. Além de trabalhadores, o valor também influencia benefícios sociais, como aposentadorias e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A proposta ainda precisa ser discutida e aprovada pelo Congresso. Enquanto isso, especialistas apontam os desafios de equilibrar contas públicas sem comprometer o poder de compra da população, essencial para a retomada do crescimento econômico.