Nova faixa de isenção do IR entra em vigor e beneficia quem ganha até dois salários mínimos
Com nova tabela, trabalhadores com renda mensal de até R$ 3.036 não pagarão imposto de renda a partir de maio
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Entrou em vigor nesta quinta-feira (1º) a nova faixa de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). A partir de agora, quem recebe até R$ 3.036 por mês — o equivalente a dois salários mínimos — estará isento do imposto.

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A mudança cumpre promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que havia se comprometido a zerar a cobrança do IR para quem ganha até dois salários mínimos durante seu mandato. A nova tabela começa a valer a partir dos rendimentos de maio deste ano e será refletida na declaração do IR de 2026.
Assim como em 2023, a atualização foi parcial e atinge apenas as duas primeiras faixas da tabela. Os demais patamares seguem com os mesmos valores congelados desde 2015.
Confira como ficou a nova tabela do IR:
Base de Cálculo (R$)
Até 2.428,80 / Alíquota: 0%
De 2.428,81 até 2.826,65 / Alíquota: 7,5%
De 2.826,66 até 3.751,05 / Alíquota: 15%
De 3.751,06 até 4.664,68 / Alíquota: 22,5%
Acima de 4.664,68 / Alíquota: 27,5%
O ajuste foi possível após a publicação da Medida Provisória que atualizou os valores com base no novo salário mínimo, estabelecido em R$ 1.518 desde janeiro. A atualização, no entanto, só pôde ser oficializada em abril, com a aprovação tardia do Orçamento de 2025 pelo Congresso Nacional.
Projeto em análise no Congresso propõe nova reforma
Além da mudança já em vigor, o governo federal enviou ao Congresso um projeto que prevê uma reforma mais ampla na tabela do IR, elevando a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil mensais. A proposta também inclui alíquotas adicionais para rendas mais altas, acima de R$ 600 mil por ano. Caso aprovada, essa nova tabela poderá valer a partir de 2026.
Salário mínimo reajustado
O novo salário mínimo de R$ 1.518 representa um aumento acima da inflação. Ele foi calculado com base em uma fórmula que considera tanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) como o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), com teto de 2,5% para o ganho real.
Além de servir de referência para salários, o mínimo também define o valor de benefícios pagos pelo governo, como aposentadorias, pensões, BPC e Bolsa Família.
De acordo com o Dieese, cerca de 59 milhões de brasileiros têm rendimento vinculado ao salário mínimo, incluindo 19 milhões de aposentados e pensionistas.