IPCA sobe 1,31% em fevereiro e registra maior taxa para o mês em 22 anos
Aumento foi impulsionado por reajustes em educação, habitação, alimentação e bebidas e transporte
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 1,31% em fevereiro, conforme dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a maior variação para o mês desde 2003 e também a mais elevada desde março de 2022, quando atingiu 1,62%.
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Período | Taxa |
---|---|
fev/25 | 1,31% |
jan/25 | 0,16% |
fev/24 | 0,83% |
Acumulado no ano | 1,47% |
Acumulado em 12 meses | 5,06% |
Fonte: IBGE
O resultado representa uma aceleração expressiva em relação a janeiro, quando o índice teve alta de apenas 0,16%. Com isso, o IPCA acumula alta de 1,47% no primeiro bimestre de 2025. Nos últimos 12 meses, a inflação chegou a 5,06%, acima do teto da meta do Banco Central, que varia entre 1,50% e 4,50%.

Principais impactos no índice
Todos os grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta em fevereiro, mas os aumentos mais significativos foram registrados em:
- Educação (+4,70%): o início do ano letivo trouxe reajustes nas mensalidades escolares, com altas expressivas no ensino fundamental (+7,51%), ensino médio (+7,27%) e pré-escola (+7,02%).
- Habitação (+4,44%): energia elétrica residencial subiu 16,80% devido ao fim do desconto do Bônus de Itaipu, que havia reduzido as contas em janeiro. O reajuste também impactou a taxa de água e esgoto em algumas cidades.
- Alimentação e bebidas (+0,70%): apesar da desaceleração em relação a janeiro, alguns itens tiveram elevação significativa, como ovo de galinha (+15,39%) e café moído (+10,77%). Por outro lado, batata-inglesa (-4,10%), arroz (-1,61%) e leite longa vida (-1,04%) registraram queda.
No grupo Transportes (+0,61%), o aumento de 2,89% nos combustíveis contribuiu para a inflação do mês, com destaque para o óleo diesel (+4,35%), etanol (+3,62%) e gasolina (+2,78%).
IPCA – Variação e Impacto por grupos – mensal
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Grupo
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Variação (%)
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Impacto (p.p.)
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Janeiro
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Fevereiro
|
Janeiro
|
Fevereiro
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Índice Geral
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0,16 | 1,31 | 0,16 | 1,31 |
Alimentação e bebidas | 0,96 | 0,70 | 0,21 | 0,15 |
Habitação | -3,08 | 4,44 | -0,46 | 0,65 |
Artigos de residência | -0,09 | 0,44 | 0,00 | 0,01 |
Vestuário | -0,14 | 0,00 | -0,01 | 0,00 |
Transportes | 1,30 | 0,61 | 0,27 | 0,13 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,70 | 0,49 | 0,09 | 0,07 |
Despesas pessoais | 0,51 | 0,13 | 0,05 | 0,01 |
Educação | 0,26 | 4,70 | 0,02 | 0,28 |
Comunicação | -0,17 | 0,17 | -0,01 | 0,01 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
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Inflação acima da meta
A inflação de fevereiro veio dentro das expectativas do mercado, que projetava alta de 1,30%. No entanto, o resultado reforça a pressão sobre o Banco Central, já que o acumulado de 12 meses segue acima do teto da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O cenário pode influenciar as decisões sobre a taxa básica de juros (Selic) nos próximos meses.
Veja mais: Inflação no Brasil: o que é o IPCA e como ele impacta o seu bolso
INPC também registra alta
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), utilizado como referência para reajustes do salário mínimo, teve alta de 1,48% em fevereiro, acumulando 4,87% nos últimos 12 meses. Em janeiro, o índice não teve variação.
Com o avanço da inflação em fevereiro, consumidores seguem sentindo o peso dos reajustes no orçamento, com impacto direto no custo de vida.