Histórico Hotel Colombo, em Araxá, vai a leilão por R$ 2,6 milhões
Prédio que já hospedou grande políticos na década de 40, apresenta sinais avançados de degradação em sua estrutura; imóvel de 7 mil metros quadrados é tombado
O antigo Hotel Colombo, marco da história turística e arquitetônica de Araxá, será leiloado pela Prefeitura Municipal de Araxá com lance mínimo de R$ 2.665.250. O leilão deve ser realizado nas próximos semanas, com edital em fase final de elaboração. O complexo inclui dois prédios, piscina, capela e terrenos num total de 7 mil metros quadrados.
O imóvel, que recebeu figuras da política nacional como o ex-presidente Getúlio Vargas na década de 1940, está fechado há 13 anos e apresenta sinais avançados de degradação, com vegetação crescendo em sua estrutura e outros danos causados por incêndios e vandalismo. Como é um bem tombado pelo governo do Estado de Minas Gerais, o novo proprietário terá de manter a arquitetura do prédio e restaurá-lo.
Fachada do Hotel Colombo, localizado na Estância do Barreiro, possui sinais de degradação avançado – Crédito: Severino Silva/Divulgação
Glamur, declínio e abandono
Inaugurado em 1929 pelo imigrante italiano Luiz Colombo, o hotel funcionou como hospedagem por 83 anos, de 1929 a 2012, e encerrou as operações logo após a morte da última filha do fundador, Yolanda Colombo. Época em que ocorreu a desapropriação amigável pela Prefeitura Municipal de Araxá.
O executivo municipal chegou a funcionar provisoriamente por dois anos no complexo, posteriormente abandonado. A partir daí, começou a deterioração, com registros de invasões de moradores de rua e até um incêndio que danificou parte das construções. Peças históricas, como corrimãos e vasos sanitários antigos foram roubados.
O plano original era transformá-lo em um centro de estudos tecnológicos, mas o projeto não avançou. O imóvel, tombado pelo patrimônio estadual, exigirá do novo dono a restauração da arquitetura original. A venda pode ser parcelada em até 30 vezes.
A atual gestão municipal considerou inviável a reforma do prédio devido aos custos elevados e, por isso, segundo a assessoria, optou pelo leilão.
Fachada do Hotel Colombo no ano de 2015 – Crédito: Acervo IBGE
Patrimônio depredado
Após funcionar como sede provisória da prefeitura por dois anos, o Colombo foi abandonado. Moradores de rua ocuparam o local, e um incêndio danificou parte das instalações. Peças históricas, como corrimãos e vasos sanitários antigos foram roubados.
A família Colombo atribui o fechamento do hotel à falta de recursos para reformas e à concorrência desleal com estabelecimentos reformados com verbas públicas. “Ficamos de fora porque éramos os únicos particulares”, disse Adriana Colombo, neta do fundador.
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Complexo do Barreiro
O Hotel Colombo está situado no Compexo do Barreiro, composto pelo Grande Hotel Ouro Minas, Termas, equipamentos esportivos, Fonte Andrade Júnior (água sulfurosa), Fonte Dona Beja (água radioativa), bosques, lagos e jardins projetados por Burle Marx. A preservação do patrimônio é garantida pelo tombamento feito pelo governo mineiro. O complexo turístico é de propriedade da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) e administrado por concessionária.

Fama sobrenatural
Mas as histórias que circulam entre os araxaenses e até visitantes não é nada boa. O antigo Hotel Colombo, hoje tomado pelo mato, cercas e tapumes quebrados ajudam a alimentar a fama de assombrado. Existem relatos de supostas aparições – como a “mulher de branco” que vizinhos juram ver no telhado –, gritos e murmuros, que seriam de Dona Yolanda, a filha mais jovem do fundador.