Governo aposta em isenção do IR e ampliação de crédito para estimular economia

Proposta de isenção para renda de até R$ 5 mil mensais enfrenta desafios fiscais e políticos; ampliação de crédito é outra estratégia para aliviar pressão econômica

, em Uberlândia

Em meio a desafios fiscais e políticos, o Governo Federal tem duas principais apostas para impulsionar a economia em 2024: a ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil mensais e a criação de novas linhas de crédito com juros reduzidos. As medidas visam aliviar o peso financeiro sobre a população e melhorar a percepção do governo junto ao eleitorado.

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Ministério da Fazenda
Proposta de isenção para renda de até R$ 5 mil mensais enfrenta desafios fiscais e políticos; ampliação de crédito é outra estratégia para aliviar pressão econômica – Crédito: Agência Brasil

Atualmente, a equipe econômica trabalha para viabilizar a proposta do IR sem comprometer as contas públicas. A estratégia inclui a criação de uma alíquota mínima de 10% para rendas acima de R$ 50 mil mensais, utilizando um cruzamento de dados entre CPF e CNPJ, mas sem alterar a tributação de empresas ou fundos de investimento. A proposta ainda precisa ser formatada e enviada ao Congresso Nacional, onde enfrentará debates e negociações.

Outra aposta do governo é a ampliação do crédito, especialmente para trabalhadores formais e pequenos empresários. Entre as iniciativas em análise estão o crédito consignado para quem tem carteira assinada e para lojistas que poderão usar o fluxo do Pix como garantia. Essas medidas buscam estimular o consumo e reduzir os impactos da alta taxa básica de juros.

Outras frentes econômicas para 2025

Além dessas estratégias, o governo pretende ampliar concessões e parcerias público-privadas (PPPs), além de adotar medidas para facilitar o crédito agrícola e conter a inflação dos alimentos. A agenda da transição energética também continua sendo uma prioridade, mas seus efeitos são esperados no longo prazo.

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Por outro lado, cortes de gastos não estão no radar do Planalto. Apesar das pressões do mercado e de especialistas para a adoção de um ajuste fiscal mais rigoroso, a equipe econômica descarta essa possibilidade neste momento. Da mesma forma, grandes obras federais, como o PAC e o Minha Casa Minha Vida, perderam espaço diante do atual modelo de destinação de emendas parlamentares, levando o governo a apostar nas concessões para manter investimentos em infraestrutura.

A tramitação da proposta do Imposto de Renda e a aprovação do Orçamento de 2025 serão desafios importantes para o governo nos próximos meses. A votação na Comissão Mista do Orçamento está prevista para o dia 11 de março, e o resultado pode definir o ritmo das políticas econômicas no próximo ano.