Fraude no INSS: aposentados e pensionistas de Uberlândia sofrem com descontos indevidos
Beneficiários devem acessar o aplicativo Meu INSS para verificar se foram vítimas e garantir ressarcimento
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Fraude no INSS atinge milhões de aposentados e pensionistas em todo o Brasil. De acordo com o Instituto Nacional do Seguro Social, cerca de 9 milhões de beneficiários tiveram descontos mensais não autorizados nos últimos anos, como os registrados pela aposentada Geusa Maria de Paula, que desde 2020 vê R$ 52 serem debitados de sua aposentadoria sem consentimento.
Geusa, que precisa de medicamentos caros para tratar leucemia e problemas na coluna, relata que jamais solicitou qualquer cartão ou serviço: “Disseram que era um cartão, mas eu nunca recebi. Só paguei. E nem sei por quanto tempo”, conta. A aposentada ainda afirma que a assinatura foi falsificada.

Segundo o INSS, os descontos geralmente aparecem nos extratos como mensalidades, contribuições ou débitos, seguidos de códigos. Em média, os valores retirados indevidamente chegam a R$ 40,70, podendo alcançar até R$ 81,57 por mês — o equivalente a 1% do teto do Regime Geral de Previdência Social.
A advogada Viviane Espíndula explica que a fraude no INSS ocorre, muitas vezes, por meio de associações que lançam cobranças sem autorização dos beneficiários: “Há casos de empréstimos consignados e de reservas de margem que o aposentado afirma não ter solicitado. Ele sequer sabe da existência da dívida”, destaca.
Para saber se foi vítima da fraude no INSS, o beneficiário deve acessar o site ou aplicativo Meu INSS, fazer login e buscar o extrato de pagamento de benefícios. Nesse documento, é necessário observar quando começaram os descontos, qual entidade está envolvida e o valor debitado. O ressarcimento será feito diretamente na conta bancária onde o benefício é depositado.

O órgão informou que as notificações foram enviadas exclusivamente pelo aplicativo Meu INSS. Os valores descontados entre março de 2020 e março de 2025 serão devolvidos. As associações que não reembolsarem os prejudicados terão os processos encaminhados à Advocacia-Geral da União.
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Geusa ainda relata que o marido, já falecido, também era aposentado por invalidez e teve parte do benefício comprometido: “O gerente do banco falou que ele ajudava uma entidade, mas a gente nem sabia de que estado era essa instituição. O dinheiro faz falta para exame, consulta, até para pagar o Uber.”
A advogada alerta que todos os aposentados devem consultar seus extratos. Caso identifiquem qualquer desconto não autorizado, é possível solicitar a devolução dos valores.
Com informações de Sabrina Paiva, produtora da TV Paranaíba