Drogarias de Uberlândia tentam impulsionar vendas antes do reajuste anual de medicamentos em abril
Apesar da publicidade e avisos durante atendimento, clientes não anteciparam a compra de medicamentos como anos anteriores
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Com a proximidade do reajuste anual de medicamentos, que entra em vigor na próxima terça-feira, 1º de abril, em todo o Brasil, farmácias e drogarias de Uberlândia tentam impulsionar as vendas antes do aumento de preços. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) aprovou um reajuste de até 5,06%.
Consumidores antecipam compras
Em Uberlândia, como forma de se preparar para o aumento, drogarias reforçaram seus estoques e informaram os clientes sobre o reajuste, na expectativa de que antecipassem a compra dos produtos que ficarão mais caros.
O aumento é destacado em campanhas publicitárias e mencionado por funcionários no atendimento das farmácias e drogarias. No entanto, Gesiton Silva, gerente e farmacêutico de uma rede de drogarias, notou que neste ano a antecipação de compras foi menor. “Este ano, as compras realizadas pelos clientes devido à alta não estão sendo tão expressivas em relação ao ano passado. Mas temos clientes que gostam de economizar e antecipam as compras, sim”, afirmou.

A mesma tendência foi percebida por comerciantes independentes. Clayton Carlos, dono de uma drogaria no bairro Roosevelt, em Uberlândia, observou que, em 2024, as vendas em março cresceram 8% em relação a fevereiro, enquanto neste ano o aumento foi de apenas 4,5%. “Vejo que, este ano, os clientes não se interessaram tanto quanto nos anos anteriores. Fizemos algumas ações oferecendo a segunda caixa do medicamento de uso contínuo, mas a adesão foi muito baixa. Muitos clientes relatam a falta de dinheiro ou crédito e preferem esperar”, explicou o empresário.
Diante dessa mudança no comportamento do consumidor, Clayton Carlos optou por não ampliar os estoques. “Eu mesmo, este ano, não antecipei as compras e não aumentei o estoque, pois percebi que não valeria a pena aumentar o endividamento da empresa”, justificou.
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Reajuste anual de medicamentos
O reajuste de 5,06% serve como teto para as farmacêuticas e leva em consideração, entre outros fatores, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) nos 12 meses, encerrados em fevereiro/25. A resolução ainda precisa ser publicada no Diário Oficial da União (DOU).

O aumento pode ser aplicado de uma só vez ou de forma parcelada. Além disso, não se trata de um reajuste automático, ou seja, nem todos os medicamentos terão preços reajustados imediatamente.
O reajuste afeta a maioria dos medicamentos com preços regulados. Em alguns casos, no entanto, os valores são liberados para definição pelo próprio mercado.
Em 2024, o teto para reajuste foi de 4,5%, o menor desde 2020. Nos últimos oito anos, o maior aumento ocorreu em 2022, quando a CMED estipulou um reajuste máximo de 10,8%.