Copom mantém Taxa Selic em 15%, nível mais alto desde 2006

Comitê de Política Monetária decide manter a Taxa Selic no patamar de 15% pela terceira vez seguida; BC alega incerteza global e inflação persistente acima da meta para justificar cautela

, em Uberlândia

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (5), por unanimidade, manter a Taxa Selic em 15% ao ano, os juros básicos da economia. A decisão, esperada pelo mercado financeiro, marca a terceira reunião consecutiva em que o patamar é inalterado, consolidando a taxa no nível mais alto desde julho de 2006, quando estava em 15,25%.

Banco Central mantém Taxa Selic
Prédio do Banco Central, em Brasília – Créditos: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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O BC justificou a manutenção com a necessidade de cautela, apesar do recuo da inflação e da desaceleração econômica. Em nota, destacou que a inflação no Brasil continua acima da meta, indicando que os juros deverão permanecer elevados por um “período bastante prolongado”.

Incerteza externa e inflação persistente influenciam Taxa Selic

O Banco Central ressaltou que o ambiente externo se mantém incerto, influenciado pela política econômica dos Estados Unidos, o que gera reflexos nas condições financeiras globais. Internamente, o desafio permanece sendo a inflação. O Copom não descartou a possibilidade de voltar a elevar os juros “caso julgue apropriado”.

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A Selic é a principal ferramenta do BC para controlar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial.

  • Acumulado ainda alto: em setembro, o IPCA acelerou para 0,48%, acumulando alta de 5,17% em 12 meses, patamar acima do teto da meta (4,5%).
  • Prévia otimista: no entanto, o IPCA-15 de outubro, prévia da inflação, veio abaixo das expectativas devido à queda nos preços dos alimentos pelo quinto mês consecutivo.

O Brasil adota, desde janeiro, o novo sistema de meta contínua para a inflação, estabelecida em 3% (com tolerância de 1,5 p.p. para cima ou para baixo, ou seja, entre 1,5% e 4,5%).