Araxá pode virar referência mundial com extração de terras raras e nióbio
Estudos do Serviço Geológico do Brasil apontam que Araxá possui uma grande concentração de minerais estratégicos para a energia limpa e tecnologia avançada
Com potencial comprovado para abrigar uma das maiores reservas de terras raras do país, o município de Araxá, no Alto Paranaíba, pode protagonizar a pesquisa e a exploração de terras raras no Brasil. Estudos recentes do Serviço Geológico do Brasil (SGB) identificaram na cidade uma significativa concentração de minerais considerados estratégicos para o desenvolvimento global, especialmente no campo da energia limpa e da tecnologia de ponta.

Essenciais para a produção de carros elétricos, turbinas eólicas, equipamentos de defesa e diversos dispositivos eletrônicos, os elementos conhecidos como “terras raras” se tornaram objeto de intensa disputa entre grandes potências internacionais. Agora, Araxá surge como protagonista desse cenário.
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Prefeito cobra novo modelo de desenvolvimento
Em declaração à imprensa, o prefeito de Araxá, Robson Magela, ressaltou que essa pode ser a chance de Araxá não repetir os erros do passado, quando a exploração do nióbio gerou reconhecimento internacional, mas pouco retorno direto para a população.
“Diferente da exploração do nióbio, que colocou Araxá no mapa mundial, mas a maior parte do dinheiro ficou fora da nossa cidade, as terras raras são a oportunidade de criarmos um jeito novo de desenvolver a economia aqui mesmo em casa”, afirmou o prefeito.
Mineradora australiana inicia projeto bilionário
O Projeto Araxá, que envolve a exploração de nióbio e terras raras, foi adquirido recentemente pela mineradora australiana St. George Mining. A empresa planeja iniciar a construção da mina em 2026 e prevê o começo das operações em 2027.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ítalo Borges, a expectativa é de produção anual de até 20 mil toneladas de óxidos de nióbio e terras raras, colocando Araxá em posição estratégica no mapa da mineração global.
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Reservas indicam potencial de expansão
Estudos do Serviço Geológico do Brasil (SGB) confirmam que a região tem um alto potencial de exploração desses elementos, considerados estratégicos para a transição energética global.
As analises apontam para uma reserva estimada de 280 mil toneladas de óxido de nióbio e 1,7 milhão de toneladas de óxidos de terras raras. O volume, segundo especialistas, poderá aumentar conforme as pesquisas avançam, o que reforça o interesse geopolítico e econômico no município mineiro.
As novas pesquisas geológicas integram o projeto “Geologia e Avaliação do Potencial Mineral da Província Ígnea do Alto Paranaíba”, parte do Programa Mineração Segura e Sustentável, ação do Novo PAC. Os trabalhos têm como foco os complexos de Serra Negra, Salitre I, II e III, Araxá e Tapira, além das unidades subvulcânicas e piroclásticas do Grupo Mata da Corda.
Além das terras raras (ETRs), os estudos também mapeiam a presença de fosfato, nióbio, titânio, alumínio, cobre, ouro e diamantes.
O que são as terras raras?
Apesar do nome, as terras raras não são escassas na crosta terrestre. O que torna sua exploração complexa é a forma como esses elementos químicos estão distribuídos e extraídos, exigindo alta tecnologia e grande investimento.
Entre os principais usos, estão ímãs permanentes para motores elétricos, baterias de veículos, turbinas eólicas, telas de smartphones, computadores e sistemas de defesa militar. Hoje, a China lidera a produção mundial, e a descoberta de reservas viáveis em solo brasileiro é vista como estratégica para a soberania nacional e o equilíbrio do mercado global.