“Ser porteiro é cuidar de todos”, Zé Maria conta que vê profissão como missão

Neste Dia do Porteiro, José Maria Braga, de 80 anos, compartilhou com o Portal Paranaíba que o trabalho vai muito além de controlar entradas e saídas

, em Uberlândia

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Hoje, 9 de junho, celebra-se o Dia do Porteiro, uma profissão que muitas vezes passa despercebida, mas que é essencial para a segurança e o convívio em condomínios, prédios comerciais, residenciais e em instituições. Em Uberlândia, um nome que se destaca pela dedicação e carinho com que exerce essa função é José Maria Braga, porteiro há 30 anos e conhecido por sua presença marcante e afetuosa.

Zé Maria conta que vê sua profissão como missão no Dia dos Porteiros em Uberlândia
Zé Maria conta que vê sua profissão como missão no Dia dos Porteiros em Uberlândia – Crédito: Sexta Igreja Presbiteriana/ Divulgação

Em uma entrevista exclusiva ao Portal Paranaíba José Maria, com 80 anos, conta que a profissão vai muito além do simples controle de entrada e saída.

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“Eu acho muito bom cumprimentar todo mundo, conheço muita gente e todo mundo me trata com muito carinho. Ser porteiro não foi uma escolha, mas uma missão de Deus para minha vida”. Conta, explicando que essa missão ganhou ainda mais sentido durante os momentos difíceis da pandemia, quando precisou manter a atenção redobrada para garantir a segurança de todos.

“Já ajudei, socorri pessoas, observo tudo. Às vezes alguém não está bem e fica constrangido, e pelo jeito a gente já sabe. Fico atento para ver se precisa de alguma coisa”, diz. A atenção constante e o cuidado são marcas de sua atuação.

Durante a pandemia, o papel desses profissionais se tornou ainda mais complexo, pois precisaram estar na linha de frente, adotando medidas de higiene rigorosas
Durante a pandemia, o papel desses profissionais se tornou ainda mais complexo, pois precisaram estar na linha de frente, adotando medidas de higiene rigorosas – Crédito: Sexta Igreja Presbiteriana/Divulgação

José Maria deixa um conselho para quem deseja seguir a profissão: “Fazer as coisas bem feitas e estar sempre atento, observar o que as outras pessoas precisam. Orar pelas pessoas é obrigação da gente, não olhar só na hora e deixar passar, tem que acompanhar. Ser porteiro é tomar conta de todo mundo.”

A realidade da profissão 

Em Uberlândia, como em muitas outras cidades brasileiras, a profissão enfrenta desafios que vão desde a valorização até a segurança no trabalho.

Os porteiros são responsáveis pela segurança dos prédios, empresas, igrejas, atuam no controle de acesso, atendimento a moradores e visitantes, e muitas vezes desempenham também um papel social, como o de observadores atentos a qualquer sinal de problema ou emergência.

Além da carga horária, que muitas vezes inclui turnos noturnos e fins de semana, os porteiros lidam com situações de risco, desde tentativas de invasão até a necessidade de prestar socorro a moradores.

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Apesar da importância do serviço, a remuneração média gira em torno de R$ 1.200 a R$ 1.800, um valor modesto diante da responsabilidade que carregam.

Outro ponto sensível é a falta de reconhecimento social. Muitos profissionais relatam que, apesar de serem figuras familiares dentro dos condomínios, ainda enfrentam um certo preconceito ou invisibilidade perante a sociedade.

A função, muitas vezes, é vista como simples, quando na verdade exige atenção, paciência e empatia.