Remissão pela leitura: projeto “Liberdade Literária” é aderido por 233 detentos de Iturama
Biblioteca, inaugurada há menos de 10 dias, conta com adesão de mais de 60% dos detentos; a cada livro lido é possível diminuir a pena em quatro dias
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Inaugurada no dia 2 de julho, a biblioteca do Presídio de Iturama já conta com 233 detentos participantes do projeto “Liberdade Literária”, número maior do que 60% do total de presos. Eles integram uma iniciativa de remissão pela leitura. A cada livro lido, o detento pode diminuir sua pena em quatro dias, com limite de 48 dias por ano (12 livros).

A remição pela leitura é prevista na Lei de Execução Penal (LEP) e regulamentada pelo Conselho Nacional de Justiça. Em todo o estado, cerca de 24.625 presos, distribuídos em 122 unidades prisionais, estão envolvidos em projetos de remissão pela leitura. Todas as unidades prisionais do estado possuem uma biblioteca e, além disso, os detentos também podem ter acesso aos livros enviados por amigos e familiares, conforme critérios de segurança.
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Felipe Assis, de 45 anos, participa do projeto e explica como têm impactado sua vida: “Eu não tinha o hábito da leitura, não tinha acesso a livros, mas estou pegando o gosto. Pretendo ler ainda muitos outros livros. Entrei pro meio da remissão e agora estou adorando. Cada página é uma nova viagem que faço”.
No caso da biblioteca do Presídio de Iturama, são 583 livros, dos mais diversos gêneros literários: romance, ficção, religião, biografias, romances, entre outras. As obras são arrecadadas a partir de parcerias da unidade prisional com empresas, faculdades e órgãos estaduais, municipais e federais. Todo o acervo da biblioteca foi catalogado e organizado pelo detento Fábio Igino da Silva, de 35 anos, que também integra o projeto de remissão pela leitura.
“Foi e é muito gratificante catalogar cada obra, é muito mais que um trabalho e sim uma forma de me reconectar com o conhecimento. Trabalhar aqui está me transformando. É muito bom ver todos estes livros sendo lidos e ainda contribuindo com a diminuição da nossa pena”, conta Fábio Assis.