Nova cor “Olo” descoberta por cientistas: o que ela significa e como pode ser vista?

Tonalidade azul-esverdeada, batizada em referência a código binário, foi vista por cinco pessoas e pode impactar estudos sobre visão

, em Uberlândia

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Cientistas da Universidade da Califórnia, Berkeley, anunciaram a descoberta de uma nova cor, chamada “olo”, que só pode ser percebida por meio de estímulos com lasers.

O estudo, publicado na revista Science Advances neste mês de abril, utilizou uma técnica chamada “Oz” para ativar seletivamente células da retina, resultando em uma tonalidade azul-esverdeada descrita como “mais saturada do que qualquer cor do mundo real”.

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Cor acima seria a mais aproximada da nova cor, vista apenas por estímulos de lasers – Crédito: Paranaíba Mais/ Arquivo

O nome “olo” vem do código binário 010, que representa a ativação exclusiva dos cones M (médios, sensíveis ao verde) na retina, sem estimular os cones S (azul) ou L (vermelho). A escolha reflete a precisão do experimento, que usou pulsos de laser para criar uma percepção visual única, impossível na luz natural.

O termo também ecoa a técnica “Oz”, inspirada na Cidade das Esmeraldas de O Mágico de Oz, sugerindo algo mágico e além da visão comum.

O experimento envolveu cinco participantes, incluindo três coautores, que enxergaram um quadrado de luz com a cor “olo”. “É como passar a vida vendo rosa pastel e, de repente, descobrir o vermelho”, comparou Ren Ng, um dos autores. A técnica Oz permite isolar os cones M, algo que a luz natural, que ativa múltiplos cones, não consegue.

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A descoberta pode abrir caminhos para tratamentos de daltonismo e avanços em tecnologias como realidade virtual. No entanto, nem todos os especialistas concordam que a “olo” é uma nova cor. John Barbur, da City St George’s, Universidade de Londres, considera o experimento um “feito tecnológico”, mas questiona se a tonalidade é inédita ou apenas uma variação do verde.

A “olo” só pode ser vista em condições controladas e não aparece em telas ou ambientes naturais. Mais detalhes estão disponíveis na publicação da Science Advances.