Mulheres que inspiram: projeto SOS Dom Almir distribui comida, cuidado e amor

Eliana comemora os cinco anos do projeto que criou durante a pandemia e as milhares de vida que ajudou até aqui

, em Uberlândia

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O alimento é preparado pelas mãos de mulheres que inspiram generosidade. Arroz quentinho, feijão da hora, carne bem temperada e uma saladinha para acompanhar. A comida na marmita chega até quem não teria condições de montar um cardápio tão gostoso e completo como esse em casa.

Diariamente, as marmitas são preparadas por mulheres inspiradoras
Diariamente, as marmitas são preparadas por mulheres inspiradoras – Foto: Arquivo SOS Dom Almir

Com 48 anos recém-completados, Eliana dos Santos Lopes está prestes a comemorar também os cinco anos de existência da Cozinha Comunitária SOS Dom Almir, em Uberlândia. O projeto social criado por ela distribui, atualmente, uma média de 350 marmitas por dia à população carente do bairro. “Começou na pandemia, quando as pessoas estavam passando fome. A gente distribuía 15 refeições por dia, mas em 15 dias já aumentamos para mil”, relembrou.

O que era para ser temporário, perdurou. Eliana não conseguiu deixar de distribuir comida, vendo que ainda havia pessoas com fome, mesmo após o fim da pandemia. Desde então, ela mantém uma dupla jornada de trabalho: pela manhã, é voluntária; no período da tarde, é servidora pública.

Eliane é baiana, mas já é uberlandense de coração
Eliane é baiana, mas já é uberlandense de coração – Foto: acervo pessoal

Eliana é natural da Bahia, mas se mudou para Uberlândia em 1994. Aqui, formou família e muda a vida de muitas outras.

A funcionária pública equilibra os pratinhos para dar conta de tudo, mas não pensa em deixar o projeto de lado. Mãe de duas mulheres e avó de duas netas, Eliana tenta passar adiante o exemplo de ajudar o próximo. “Tem dia que minha neta fala ‘Vovó, fica comigo hoje?’. Eu falo: ‘Só se a vovó te levar para a Cozinha’. E ela ama ir”, contou.

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Mulheres que inspiram mulheres

Dentro da cozinha, as mãos de outras seis mulheres fortes e solidárias trabalham para que o SOS Dom Almir continue servindo marmitas, cuidados e amor. “Além de ajudar com alimentos, também oferecemos apoio com psicólogos, remédios e uma conversa. Tem gente que até tem comida em casa, mas elas vão para a cozinha pelo aconchego, para conversar, rir e brincar”, contou Eliana.

Mulheres que inspiram cuidado e amor ao próximo no SOS Dom Almir
Seis voluntárias ajudam no SOS Dom Almir, mulheres que inspiram cuidado e amor ao próximo – Foto: Acervo SOS Dom Almir

Do outro lado, o maior público do projeto é, também, o feminino, especialmente aquelas que enfrentam lutas difíceis, mas comuns às mulheres. “As pessoas veem o SOS Dom Almir como uma luz no fim do túnel. É assim que as mães, principalmente as mães solo, encaram. Porque elas trabalham, têm que pagar aluguel, luz, água, e nunca sobra. Elas comem ali ou não têm onde comer”, detalhou Eliana.

O SOS Dom Almir é totalmente voluntário e depende de doações para acontecer. Se não há alimentos na dispensa, não há marmita. Por isso, é preciso mais do que o esforço e generosidade de Eliana e das demais cozinheiras. Apesar de toda a dificuldade, Eliana não tem dúvidas sobre continuar tentando. “Enquanto as pessoas precisarem, o projeto vai continuar de pé”, concluiu.