Mineiros que brilharam na Jovem Guarda: 60 anos de legado musical

A Jovem Guarda completa 60 anos nesta quarta-feira (22) desde sua estreia na Record, em 1965. E Minas Gerais tem presença importante nesse marco da cultura brasileira.

Wanderléa, natural de Governador Valadares, Martinha, apelidada de “Queijinho de Minas”, e músicos como Lafayette e Márcio Greyck estão entre os mineiros que ajudaram a moldar o movimento que misturou rock, romantismo e estilo jovem, influenciando gerações e deixando legado até os dias atuais. Abaixo, relembramos suas trajetórias, contribuições e como Minas Gerais marcou a história da Jovem Guarda.

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 Minas Gerais na história da Jovem Guarda

O programa musical Jovem Guarda estreou em 22 de agosto de 1965 na TV Record, apresentado por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.

Voltado para o público jovem, o programa misturava música, estilo de vida e cultura pop, consolidando um movimento que revolucionaria a música brasileira. Mas, enquanto os “três grandes” lideravam o movimento, artistas mineiros tiveram papel essencial na construção desse fenômeno cultural.

Wanderléa, nascida em Governador Valadares, rapidamente se destacou no cenário nacional. Conhecida como “Ternurinha”, a cantora começou a se apresentar ainda criança, conquistando concursos de rádio e gravando seu primeiro compacto em 1962. Com a Jovem Guarda, ela alcançou enorme popularidade, tornando-se referência da música jovem da época, influenciando outros artistas e mantendo relevância até hoje em projetos comemorativos e shows especiais.

Outro destaque foi Martinha, apelidada por Roberto Carlos de “Queijinho de Minas”. A artista, natural de Belo Horizonte, começou sua carreira ainda jovem e conquistou espaço como cantora, compositora e instrumentista.  Martinha também teve impacto internacional e, ao longo dos anos, contribuiu para a música sertaneja romântica, mantendo viva a essência da Jovem Guarda em suas composições.

Músicos como Lafayette Coelho, organista e tecladista do grupo Lafayette e os Tremendões, trouxeram sonoridade única ao movimento, especialmente com o uso do órgão que marcaria o som da Jovem Guarda.

Já Márcio Greyck, também de Belo Horizonte, foi fortemente influenciado pelo movimento e, embora tenha começado sua carreira no início dos anos 1970, incorporou elementos do rock, do iê-iê-iê e do romantismo da Jovem Guarda, gravando clássicos que permanecem no repertório brasileiro.

Além deles, o casal Eduardo e Sylvinha Araújo, nascidos em Joaíma e Mariana, respectivamente, também teve participação significativa no movimento, reforçando que Minas Gerais não apenas produziu talentos, mas ajudou a consolidar a diversidade musical e cultural da Jovem Guarda.

Legado e influência mineira

A presença mineira no movimento não se limitou à atuação dos artistas. O estilo, a música e a forma de se apresentar desses artistas ajudaram a construir uma identidade própria para Minas dentro da Jovem Guarda.

Wanderléa, Martinha e outros músicos mineiros mostraram que o estado podia competir de igual para igual com as cenas do Rio de Janeiro e de São Paulo, influenciando gerações posteriores de artistas brasileiros.

O impacto da Jovem Guarda vai além da música. Gírias, moda, comportamento e até a forma de falar com o público jovem tiveram forte influência do movimento, consolidando um legado cultural que permanece vivo, mesmo após seis décadas. Em Minas Gerais, a memória do movimento é celebrada não só pelos artistas que participaram diretamente, mas também pelos músicos que foram influenciados por essa fase inovadora da música brasileira.

Hoje, a Jovem Guarda é lembrada não apenas pelo trio que a liderou, mas pelo conjunto de talentos que ajudaram a formar sua essência, com Minas Gerais ocupando posição de destaque nesse cenário histórico.