Mães brasileiras ganham novas narrativas na literatura e no cinema
No especial de Dia das Mães, o portal Paranaíba Mais fez um levantamento de obras literárias, filmes e outras expressões artísticas que mostram como essas figuras vêm sendo representadas ao longo do tempo
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Mães brasileiras sempre ocuparam um espaço marcante na produção cultural, seja na literatura, no cinema, na música ou nas artes visuais. No especial de Dia das Mães, o portal Paranaíba Mais fez um levantamento de obras literárias, filmes e outras expressões artísticas que mostram como essas figuras vêm sendo representadas ao longo do tempo. Nos últimos anos, esse retrato tem passado por mudanças significativas: o estereótipo da mãe idealizada vem dando lugar a personagens mais complexas, reais e multifacetadas.

Quebra da idealização
Na literatura, obras clássicas como Ana Terra, de Érico Veríssimo, ainda ecoam o arquétipo da mulher forte e resiliente, ligada à terra e à família. No entanto, autoras contemporâneas têm buscado romper com a romantização da maternidade. Livros como os da escritora Natalia Borges Polesso e da coletânea Mamãe, virou um monstro? trazem mães cansadas, ambivalentes, que desafiam a ideia de perfeição. São o obras que rompem com a idealização da figura materna e mostram os dilemas reais da maternidade.
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Humor e crítica social
No cinema, esse movimento também se faz presente. A comédia Minha Mãe é uma Peça, de Paulo Gustavo, tornou-se um fenômeno nacional ao retratar a maternidade com humor e afeto, mas sem esconder os exageros e desafios da relação com os filhos. Já filmes como Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaert, colocam em cena mães brasileiras atravessadas por desigualdades sociais, como Val, a empregada doméstica interpretada por Regina Casé, que deixou a filha no interior para trabalhar em São Paulo.
Nas séries de TV e plataformas de streaming, há cada vez mais personagens maternas que erram, que recomeçam, que cuidam e também querem ser cuidadas. Lurdes, de Amor de Mãe, ou Dona Hermínia, e até personagens de animações e tramas adolescentes, trazem novas referências para o público jovem.
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Visibilidade para mães brasileiras
O teatro, as artes visuais e a música também contribuem para esse mosaico de representações. Canções como “Cais”, de Milton Nascimento, ou “Mãe”, de Emicida, falam da presença materna com sensibilidade e dor. Pinturas e performances de artistas como Panmela Castro e Rosana Paulino abordam a maternidade sob a ótica da ancestralidade, do corpo feminino e das lutas raciais.

Já os documentários têm ampliado o olhar sobre a realidade das mães brasileiras. Em Mãe Solo, a diretora Camila de Moraes dá voz a mulheres que criam seus filhos sozinhas, enfrentando os desafios da desigualdade. A obra reflete uma realidade invisibilizada por muito tempo e que agora começa a ocupar lugar de fala.