Graffiti de Fernanda Torres conquista Uberlândia e a própria atriz

Um graffiti em homenagem à atriz Fernanda Torres, recém-premiada com o Globo de Ouro e indicada ao Oscar por Ainda Estou Aqui, ganhou destaque em Uberlândia, após a própria artista comentar a publicação nas redes sociais.

Assinado pelo artista Dequete, o mural, localizado no bairro Fundinho, foi concluído em quatro dias e representa a admiração do artista pela atriz, quanto o clamor do público também por ela, que encorajaram o artista urbano a realizar a arte em homenagem.

Nesta quinta-feira (26), após pronto, a postagem de Dequete no Instagram recebeu um comentário especial de Fernanda, que deixou emojis de coração, o que fez a publicação viralizar.

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A ideia do graffiti surgiu de uma combinação entre o desejo pessoal do artista e pedidos dos fãs.

“Eu já queria fazer uma homenagem para ela, devido a toda a repercussão que estava acontecendo”, revela Dequete. “Mas aí o meu público começou a pedir também, mandar mensagem no Instagram: ‘Por favor, faz um mural da Fernanda aqui em Uberlândia!’. Quando vi essa demanda, falei: ‘Agora já era, vou fazer mesmo!'”, contou.

Após encontrar uma parede estratégica no bairro Fundinho, ele transformou o espaço em um ponto de celebração da cultura brasileira. O processo, que levou quatro dias, foi marcado por interação com a comunidade.

“Eu ficava trocando ideia com o pessoal na rua. O pessoal parava, fotografava, elogiava de dentro do ônibus, do carro, da moto. Crianças, adultos, idosos da vizinhança. Foi um momento muito especial”, conta o interventor urbano.

Para ele, a obra vai além de um tributo pessoal.  “Esse momento do cinema nacional, com o Globo de Ouro, a indicação ao Oscar, está envolvendo todo mundo que ama a cultura brasileira. É um espírito de Copa do Mundo misturado com Carnaval! Por mais que ela tenha pedido para não transformar em um Carnaval, não tem jeito, nós somos brasileiros, vamos celebrar. Aproveitei essa energia para carregar o mural de brasilidade”, explica.

Dequete, que tem raízes no hip hop e na cena do grafitti de Belo Horizonte desde os anos 90, já homenageou outros artistas, como Djonga, Mano Brown e Lauana Prado, todos com retornos positivos.

“Já fiz para Marília Mendonça também, mas foi depois que ela partiu. Queria ter feito em vida. É importante homenagear quem a gente admira enquanto estão aqui”, reflete.

Ele enxerga na arte urbana um meio de conexão cultural e artística. “Transformamos muros em pontes. O que antes era muro para segregar, agora conecta pessoas. E com as redes sociais, isso vai para o mundo!”, disse.

A repercussão do mural começou antes mesmo da conclusão, com fãs marcando Fernanda Torres desde o rascunho. “O pessoal marcava ela desde o primeiro dia que postei o projeto. Teve até quem sugeriu marcar o Selton, para ele mostrar para ela!”, conta.

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Quando o comentário da atriz chegou, a emoção foi imediata: “Eu estava online, vi a notificação e falei: meu Deus, ela visualizou! Nossa diva, que maravilha, maravilhosa demais!”, relembra.

O artista, que também integra um coletivo em São Paulo e já levou sua arte à Argentina ao lado da produtora Preta Em Flor, destaca o potencial de Uberlândia como celeiro artístico.

“A cidade tem um público apaixonado por murais”, afirma, citando ações recentes como a pintura de pontos de ônibus com a comunidade. No entanto, faz um apelo: “Essas ações têm custo. Precisamos de investimento de empresários, do poder público, para que os artistas locais possam continuar transformando a cidade”, pontua.