Fundação Cacique Cobra Coral: conheça a entidade que afirma atuar no controle do clima

A Fundação Cacique Cobra Coral voltou a ser assunto nesta última semana, após suspender suas atividades nos Estados Unidos, em resposta à tarifa imposta pelo presidente Donald Trump às exportações brasileiras. Criada por Ângelo Scritori em 1979, a fundação é uma organização esotérica, que afirma ter poderes de intervir em fenômenos naturais, e que já atuou em conjunto com organizações do governo, no Rock in Rio, e em eventos importantes como a posse do presidente Lula. Além de sua influência, a organização também já teve integrantes famosos, como o escritor Paulo Coelho, que foi vice-presidente da fundação entre 2004 e 2006.

A atuação da Fundação Cacique Cobra Coral, sediada em Guarulhos (SP), envolve a liderança de Angela Scritori, filha de Ângelo, que afirma canalizar o espírito do Cacique Cobra Coral, uma suposta entidade ancestral que, segundo eles, teria sido figuras históricas como Galileu Galilei e Abraham Lincoln.

De acordo com a organização, a sua missão é “minimizar catástrofes que podem ocorrer em razão dos desequilíbrios provocados pelo homem na natureza”. Desde sua fundação, “atuou no controle” do clima em eventos importantes, no combate a catástrofes naturais e ajudou a minimizar os impactos negativos do homem na natureza.

História da Fundação Cacique Cobra Coral, segundo a entidade

Numa noite gelada no norte do Paraná, durante uma intensa geada que destruiu a plantação de café da família, nasceu Adelaide Scritori. Seu pai, Ângelo Scritori, afirmou que, naquele momento, o espírito do Padre Cícero manifestou-se por meio dele e anunciou que a recém-nascida teria o dom de se comunicar com uma entidade espiritual capaz de interferir nos fenômenos naturais.

Sete anos depois, no centro espírita frequentado pela família, Adelaide disse ter recebido pela primeira vez mensagens do espírito do Cacique Cobra Coral — entidade que, segundo ela, já teria reencarnado como Galileu Galilei e Abraham Lincoln. A experiência espiritual de Adelaide motivou Ângelo a fundar a Fundação Cacique Cobra Coral (FCCC)

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Momentos importantes de atuação da Fundação

• Entre 2001 e 2015, a Fundação Cacique Cobra Coral atuou em parceria com Rock in Rio, atuando para evitar temporais que poderiam comprometer as apresentações e a estrutura do evento. A parceria terminou no Rock in Rio VI, quando o último dia de evento foi tomado pela chuva. Segundo a fundação, a chuva caiu porque a médium chegou 30 minutos atrasadas no evento, devido à uma confusão no estacionamento.
• A fundação já teve convênio com a prefeitura de São Paulo e, em maio de 2007, reivindicou ter “segurado a chuva” que ameaçava cair na chegada do Papa Bento XVI na cidade.
• A Fundação Cacique Cobra Coral atuou na posse do presidente Lula, em 2023, para garantir o tempo limpo.  E prestou o mesmo serviço na posse de Bolsonaro, em 2019.
• Convênio de longa data com a prefeitura do Rio de Janeiro, atuou na contenção dos temporais que causaram estragos na cidade em 2006. Este ano, foi convocada por Eduardo Paes para manter o tempo firme na Cúpula dos Brics. Além disso, em 2009, atuou para impedir chuvas durante o Réveillon de Copacabana.
• Segundo a entidade, foi convocada para ajudar a desencalhar o navio que ficou preso no Canal de Suez, em 2021.
• A entidade também alega ter sido chamada para combater os incêndios de grandes proporções no Canadá e EUA, em 2023.