Até na guerra há regras: a arena perigosa do mercado competitivo
Concorrer com ética é princípio tanto para quem emprega quanto para quem é empregado
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Muito tempo antes de se tornar popular, o compliance já era praticado por corporações que encaravam que nem tudo é permitido no mundo dos negócios.
“Dedo no olho” na distração do adversário e “..aproveita que ninguém tá olhando” ficou lá atrás na Lei de Gérson. É cafona – pra focar no demodê – querer levar vantagem em tudo, certo? Nem Gerson acredita mais nisso.
Compliance é da década de 1970 nos Estados Unidos. Começou com o FED, o Banco Central deles. No Brasil engatinhou a partir de 1992 com a abertura de mercado, importações de bens de consumo e incremento de transações internacionais.
Empresas e seus representantes precisam jogar “dentro das 4 linhas”, como diria um ex-presidente.
E se existe um manual de conduta invisível entre as empresas, cabe também um rito transparente e improcessual – palavrinha que acabo de inventar – pra que cada qual fique no seu cada qual. Ninguém vai ser preso por dar uma banana ao patrão e mandar ele catar coquinho.
Momentos de fúria até são cômicos e fazem galeras vibrarem. Mas vale a pena?
Estou falando de Condições Normais de Temperatura e Pressão. Como sair do emprego? Deixar a tal porta aberta? (Sabe-se lá o dia de amanhã e o tamanho de cada déjà-vu)…. Sei lá, tem maluco que volta até pra ex-mulher, vai saber…!
Não tem fórmula pronta!!! Receita de bolo serve pra fazer bolo.
Palavrinha curta e que cabe em qualquer contexto. Vai aqui em caixa alta porque merece: ÉTICA. Se o convite pra trocar de empresa obedece a um rito bacana e o mercado assiste a uma cena cavalheiresca de respeito mútuo, palmas pra todos os atores. Mas será que ainda cabe aquele telefonema afoito do preposto contratante: “Corre aí, meu filho, dá logo a resposta, tenho o dia todo não. É pra começar ontem. Se não quiser, tem uma fila querendo!”. Ainda cabe isso?????
Conheço tratativas marcantes que me ensinaram como gestor como deveria ser: um ambiente neutro, uma conversa pausada e equilibrada, um tom sereno e o tempo – Ahhhh, o senhor exuberante e fidalgo Tempo – necessário para uma tomada de decisão sem açodamentos e nem futuros arrependimentos.
Com direito a conversa entre os empregadores – a casa atual e a que vai servir de abrigo em seguida. Porque depois que a ficha cai – jovens falam isso sem nunca terem usado um orelhão – a Inês é morta.
E que cada um pense na falta d´água que será para todos quando a fonte secar. Os mais velhos ensinam aos mais novos desde que mundo é mundo. A gente vai passando de geração a geração pra que daqui a 40, 50 anos, ainda existam padeiros em padarias, doceiros em docerias, mecânicos em oficinas. Não dá pra comprar pronto ali na esquina. Acaba e aí? Vai deixar tudo pra Inteligência Artificial fazer? IA precisa ser alimentada por Inteligência Humana. E, preferencialmente, Inteligência INTELIGENTE.