Lavando a alma: Janeiro Branco nos convida a cuidar da saúde mental

A chuva molhou o meu jogo de lençol pendurado no varal. Ele ficou o dia todo para secar e ser usado no outro dia. Como eu não estava em casa a água encharcou o virol, a fronha. E não apenas a água passou pelo tecido, havia ainda resquício de terra dos vasos por perto e folhas do pé de goiaba e de pera.

Achei até poético apesar do retrabalho de lavá-lo. Tudo bem. Melhor do que engolir raiva e esbracejar na lavanderia. Sentimentos que muitas vezes nos prejudicam, causando ranhuras na alma e adoecendo o corpo.

Cuidar dessas emoções que nos rondam diariamente é um desafio e uma vigília. Não ter medo de encarar esse ‘rebuliço’ interno que nos deixa frágeis, incomodados, tristes, mas também eufóricos e animados. É, somos essa montanha-russa e acompanhar esse movimento é investir no próprio crescimento.

Dá medo? Sem dúvida. Entrar em contato com a existência, os conflitos e a sobrecarga assusta porém ao acolher tudo isso estamos cuidando da nossa saúde mental!

O início do ano é um convite para esse zelo! Estamos em plena campanha do Janeiro Branco que preza pela saúde da mente. Um movimento que começou em Uberlândia, em 2014, por vários profissionais de saúde. O idealizador é o psicólogo Leonardo Abrahão.

Hoje, a campanha roda o mundo e traz estratégias para que um maior número de pessoas tenha acesso às informações. Entre elas, rodas de conversa em empresas, unidades de saúde e incentivando políticas públicas.

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O bem-estar escondido onde você menos imagina

O mundo está doente e no Brasil a situação é crítica. Segundo pesquisas, 18 milhões de brasileiros sofrem com algum tipo de transtorno como ansiedade e depressão. A preocupação é de toda sociedade. A pergunta que se faz é: o que fazer para cuidar da saúde mental agora e sempre?

Em primeiro lugar, reconhecer que não está bem e buscar ajuda sem medo ou vergonha. E priorizar hábitos que são fundamentais para a nossa saúde mental. Trago alguns para que possamos começar hoje:
. Fazer atividades física
. Ter um sono de qualidade
. Alimentação balanceada
. Investir em autoconhecimento
. Conectar-se com a natureza

Eu preciso contar… Já passei por uma depressão e me lembro bem quando a certeza de que eu não estava bem veio. Eu acordei para trabalhar e um pensamento em voz alta: eu não quero o sol. Por que ele apareceu? Manda o sol ir embora. Me cobri com o lençol e chorei. Não conseguia levantar da cama.

Até que uma mão me ajudou a reerguer para tomar um banho e buscar ajuda. Foram anos de terapia. Descobertas semanais de que eu poderia enfrentar. Além da escuta e das palavras de volta da psicóloga, tomei medicamento que deram força ao equilíbrio do meu corpo. E por fim, consegui abrir a janela e retomar a minha convivência pacífica e amorosa com o sol.