Pedido de cassação do vereador Adriano Zago é protocolado na Câmara
Uma mulher pede a cassação do vereador Adriano Zago por quebra de decoro parlamentar; parlamentar contesta e diz ser vítima de perseguição política
A Câmara Municipal de Uberlândia recebeu hoje (20) um pedido de cassação do vereador Adriano Zago (Avante) por quebra de decoro parlamentar. A denúncia foi formalizada por Jessiane Gorette que diz ser autônoma. Ela aponta que o vereador teria viabilizado a realização de um evento privado, com cobrança de ingressos, dentro do plenário do legislativo.
O “5° Workshop de Naturologia Biomédica Clínica” aconteceu entre os dias 26 e 28 de setembro. O vereador Adriano Zago pediu à presidência da Câmara a liberação do plenário para que a atividade fosse realizada ali. A denúncia protocolada hoje diz que as inscrições para o referido evento custavam R$ 550 e que os valores seriam revertidos para fins particulares e lucrativos.
O Regimento Interno da Câmara só permite que as dependências do legislativo sejam usadas para atividades de interesse público e proíbe a cessão para formaturas e festas. Ainda de acordo com a denúncia, o evento realizado no plenário tratou-se da cerimônia de formatura do workshop, que teve antes três dias de aulas teóricas.
O requerimento apresentado pelo parlamentar dizia que o evento tinha o propósito de incentivar a aplicação de práticas integrativas no tratamento de saúde e que haveria a entrega de certificados aos participantes. Também foi solicitada a estrutura de comunicação do Legislativo para transmitir o evento.
Por telefone, o vereador disse acreditar que a denúncia não passa de algum tipo de perseguição política. Disse ainda que o evento realizado nas dependências da Câmara era gratuito e aberto à população. Já as atividades práticas do workshop aconteceram nos dois dias seguintes em uma clínica particular. Portanto, o evento que foi viabilizado por ele não tinha cobrança de ingressos. Disse também que soube que haveria cobrança de ingresso das atividades seguintes só no dia do evento e, por isso, dispensou o uso da estrutura de comunicação da Câmara.
Vídeos de divulgação do evento que foram compartilhados nas redes sociais mostram palestrantes convidando as pessoas a se inscreverem e afirmando que era de graça.
Nós tentamos contato com a denunciante, mas o telefone indicado por ela no pedido de cassação está bloqueado para receber chamadas e não possui WhatsApp vinculado.
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Pedidos de cassação na Câmara
Esse é o terceiro pedido de cassação por infração político-administrativa que foi protocolado na Câmara Municipal só este ano. O primeiro foi apresentado em junho pelo vereador Igino Marcos (PT) contra o vice-prefeito de Uberlândia, Vanderley Pelizer, por causa de uma viagem feita pelo vice a Israel sem autorização do legislativo.
O segundo pedido foi no mês passado, quando um estudante de direito denunciou o vereador Antônio Augusto Queijinho (PSDB) por quebra de decoro parlamentar. É que o parlamentar fez um acordo no Ministério Público Estadual confessando ter pegado parte do salário de alguns assessores para custear despesas do gabinete no primeiro mandato dele.
Ambos os pedidos foram arquivados pelo plenário da Câmara Municipal na primeira fase do procedimento, que é o recebimento da denúncia.
