Danilo Caixeta

Bastidores e informações relevantes sobre o cenário político regional e nacional

Envelope

Paulo Sérgio confirma que sem dinheiro de Brasília não terá Samu em Uberlândia

De acordo com o prefeito, gastos com a saúde pública já respondem por 37% do orçamento, mesmo sem o Samu em Uberlândia

, em Uberlândia

O prefeito de Uberlândia, Paulo Sérgio Ferreira, confirmou que para implementar o Samu em Uberlândia, conforme a administração municipal vem planejando, será necessário o envio de recursos do Governo Federal. Em entrevista no último domingo (20) ao programa “Política Cruzada” da TV Paranaíba, o prefeito disse que o orçamento da saúde pública da cidade está estrangulado e já responde por mais de um terço de todos os gastos da prefeitura. “De cada R$ 100 que nós arrecadamos R$ 37 nós investimos na saúde e esse ano, se não tivermos mais recursos do Governo Estadual e Federal, vai passar para R$ 40. Aí vai ser um desastre”, afirma o prefeito.

Paulo Sérgio ainda afirmou que a implantação do Samu em Uberlândia partiu de uma proposta do próprio Governo Federal já que a cidade é uma das únicas do país com mais de 500 mil habitantes que não ofertam o serviço. De acordo com o prefeito, o atendimento de urgência existente hoje em Uberlândia, chamado de Siate (Sistema Integrado de Atendimento a Trauma e Emergência), é todo custeado pela prefeitura, mas atende a pacientes de outras cidades da região também. “Se eles não colocarem o dinheiro, a situação vai continuar drástica, igual está. Vamos continuar com o Siate, atendendo toda a região. É o dinheiro do Município atendendo tudo. Vamos continuar sem UPA e sem o dinheiro do Governo Federal”, disse.

prefeitofalando sobre o Samu em Uberlândia
Paulo Sérgio diz que a implantação do Samu em Uberlândia depende de repasses do Governo Federal para ajudar no custeio do serviço. Crédito: Reprodução TV Paranaíba.

Ainda na entrevista à TV, o prefeito foi categórico ao afirmar que sem o dinheiro de Brasília o Samu em Uberlândia, que estava programado para começar no fim de agosto quando do aniversário da cidade, não vai acontecer. “Se não tiver (dinheiro do Governo Federal) não tem (Samu)”, finaliza Paulo Sérgio.

Não é de hoje que o Samu em Uberlândia está em risco. Quando anunciado, o serviço foi festejado pela gestão municipal e por parlamentares da região como a grande política pública do ano na saúde da cidade. Agora estão descobrindo que nem sempre ganhar significa levar e que não adianta fazer festa após as reuniões de articulação em Brasília, pois existe uma enorme distância entre o que foi conversado na reunião com o que de fato acontece na prática.

O Governo Federal sequer tem cumprido suas obrigações com os consórcios municipais que já têm o Samu e precisam do dinheiro do repasse para pagar o custeio do serviço. No começo de julho esses consórcios, que respondem por mais de 90% da cobertura do Samu em Minas Gerais, enviaram uma cobrança para Brasília apontando que o rombo projetado até o fim do ano deve passar dos R$ 56 milhões. Dias depois, o Ministério da Saúde disse que ampliou em 42% os repasses para o Samu em Minas Gerais mas não explicou o motivo da “dívida” apontada pelos gestores.

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Em nota enviada ao Grupo Paranaíba, o Ministério da Saúde disse que “atendeu prontamente à solicitação da atual gestão municipal de Uberlândia para apoiar a implementação do Samu.  O projeto foi aprovado pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e aguarda o envio da documentação necessária para análise. O município será contemplado com ambulâncias por meio do PAC Saúde, após a formalização do novo termo de compra e início das entregas. A habilitação do serviço ocorrerá após o recebimento dos veículos. A partir desse momento, a gestão municipal terá um prazo de 90 dias para inserir a proposta no Sistema de Apoio à Implementação de Políticas em Saúde (SAIPS) e solicitar o repasse de recursos federais para o custeio do serviço.”

A nota contradiz o prefeito Paulo Sérgio sobre quem propôs a implementação do Samu em Uberlândia e não garante que os repasses serão enviados conforme espera a Prefeitura, apenas menciona que vencidas todas as etapas burocráticas e após a compra das ambulâncias, é que poderá ocorrer a solicitação do repasse dos recursos.

×

Leia Mais