Para viabilizar Samu em Uberlândia, prefeitura estuda construir UPAS dentro das UAIS
Segundo o Secretário de Saúde, por exigência da regulamentação federal, o Samu em Uberlândia depende das UPAS para operar
O Secretário Municipal de Saúde de Uberlândia, Adenilson Lima, participou do programa Política Cruzada da TV Paranaíba de hoje (09). Entre outros assuntos ele detalhou a ideia anunciada pelo prefeito Paulo Sérgio Ferreira de implantar o Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Uberlândia.
Adenilson disse que a ideia parte de uma conjugação de esforços para diminuir os custos do município com o financiamento da saúde pública, já que o Samu é financiado pelo SUS com recursos dos três entes da federação. Para o secretário, se a proposta for viabilizada, haverá redução das despesas das Unidades de Atendimento Integrado (UAI), hoje exclusivas do município. É que parte delas seriam adaptadas para comportar a estrutura de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, por isso, receber recursos federais e estaduais.

UPAS dentro das UAIS
Por exigência de regulamentação federal, para que o Samu possa existir, obrigatoriamente, a cidade precisa ter UPAS credenciadas pelo SUS. A ideia do secretário é aproveitar a mesma estrutura das UAIS e adaptar para também comportar a UPA. “Vamos pegar uma estrutura maior, e dentro daquela estrutura fazer adequações para se atender os requisitos necessários para se chamar de UPA”, afirma Adenilson. Ele também disse que seria “uma grande UAI com a estrutura de UPA dentro dela”.
O secretário disse também que ainda não tem um planejamento de quais e quantas UAIS seriam adaptadas para receber a UPA. Ele indicou ser provável que a nova UAI Morumbi, que está em construção, pode ser uma opção além de outra nova unidade na região oeste da cidade. “O prefeito Paulo Sérgio disse na campanha que construirá um Pronto Atendimento na região oeste. Pequis, Monte Hebron, Morada Nova… Esse Pronto Atendimento novo poderá ser ampliado para acomodar a UPA”, afirmou.

Siate e Samu em Uberlândia juntos?
Segundo o Secretário de Saúde a ideia não é desmobilizar o Sistema Integrado de Atendimento a Trauma e Emergência (Siate). Os dois serviços podem trabalhar em paralelo através de uma central de regulação que vai direcionar qual serviço deverá ser direcionado para cada situação específica. “Por exemplo, se for uma questão de trauma vai o Site, hipoteticamente falando. Se for uma questão de remoção, de condições clínicas como infarto, AVC, pode ser o Samu. Pode ser um acidente de múltiplas vítimas que pode ir os dois juntos”, explicou Adenilson. Ele também afirmou que a central de atendimento dos dois será a mesma.

A declaração do prefeito de autorizar os estudos de viabilidade do Samu aconteceu no mês passado durante a cerimônia de posse da nova diretoria da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Paranaíba (Amvap) em Cachoeira Dourada. Paulo Sérgio, acenou na possibilidade de voltar a integrar o consórcio intermunicipal de saúde liderado pela Amvap e, consequentemente, autorizar o funcionamento da Samu em Uberlândia.
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Atualmente a cidade tem outro serviço de atendimento médico de urgência, o Siate. Ele foi inspirado em uma experiência de Curitiba (PR) e funciona em parceria com o Corpo de Bombeiros. O ex-prefeito Odelmo Leão sempre criticou o Samu apontando falhas nas regras e nas operações do serviço, idealizado pelo Governo Federal. O então candidato Paulo Sérgio nas eleições do ano passado seguiu a mesma linha. Em diversos pronunciamentos durante a campanha se posicionou contra o Samu e a favor do Siate.