Tráfico de animais silvestres nas redes sociais leva a operação histórica em Minas e Rio

Entre os anúncios flagrados, um traficante oferecia um macaco mão-de-ouro por R$ 3,5 mil, afirmando que era uma “raridade no Rio, pra sair hoje”

, em Uberlândia

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A Operação São Francisco, considerada a maior ação da história contra o tráfico de animais silvestres, armas e munições, com mandados cumpridos em Minas Gerais e São Paulo foi deflagrada, nesta terça-feira, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Cerca de 1 mil agentes participaram da força-tarefa, que cumpriu 45 mandados de prisão e 275 de busca e apreensão, resgatando dezenas de animais vendidos ilegalmente em redes sociais. Até o momento, 17 pessoas foram presas.

tráfico de animais silvestres
Polícia prende 17 suspeitos e resgata dezena de animais silvestres na maior operação ambiental do país – Crédito: Redes Sociais/Reprodução

Entre os bichos resgatados estão diversos primatas retirados de seu habitat natural, como o Parque Nacional da Tijuca e o Horto, transportados para centros urbanos. Os animais eram vendidos em grupos de redes sociais e feiras clandestinas.

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Um dos núcleos identificados pela polícia é especializado na caça e venda de macacos, comercializados por até R$ 4,5 mil cada. Outro núcleo fabricava documentos falsos, anilhas e selos públicos, mascarando a origem ilegal dos animais, enquanto um terceiro fornecia armas e munições para a organização criminosa.

Entre os anúncios de rede social, flagrados pela polícia, um traficante oferecia um macaco mão-de-ouro por R$ 3.500, afirmando que era uma “raridade no Rio, pra sair hoje”, enquanto um filhote de macaco-prego era vendido por R$ 4.500, com retirada prevista nos complexos do Alemão ou da Penha.

A investigação aponta que parte dos animais vendidos nas redes sociais teria origem em regiões de mata preservada e chegava a centros urbanos de forma organizada, financiada por integrantes de facções criminosas.

Relação com o tráfico de drogas

As investigações apontam ligação entre o tráfico de animais e facções criminosas que atuam em feiras clandestinas de drogas, especialmente em áreas como Pavuna e Duque de Caxias. O esquema criminoso vinha atuando há décadas, com 145 pessoas identificadas como integrantes de núcleos especializados em caça, transporte, venda e falsificação de documentos para animais silvestres.

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Polícia prende 17 suspeitos e apreende armas e munições em mandados cumpridos em Minas Gerais e São Paulo – Crédito: PCRJ/Divulgação

Base de apoio e reabilitação

Para receber os animais, foi montada uma base na Cidade da Polícia, onde eles passam por atendimento médico veterinário e avaliação por peritos criminais, antes de serem encaminhados a centros de triagem para reintrodução à natureza.

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A ação é coordenada pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e conta com o apoio do Gaema/MPRJ, Inea, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Ibama.