Segunda capivara é vista em menos de 24 horas na região urbana; especialista explica aparições
Cidade registra segundo caso em dois dias e veterinário explica como fatores ambientais estão levando capivaras a se afastar das áreas de mata e água
Kethelyn Luiza , em Uberlândia
Em menos de 24 horas, Uberlândia registrou o segundo aparecimento de capivara na área urbana. No início da manhã desta quinta-feira (6), moradores do bairro Brasil flagraram o animal caminhando pela rua Paraúna, próximo à avenida Rondon Pacheco, em frente ao bar Carro de Boi. O caso ocorre um dia após outra capivara ter sido atropelada e se abrigado na porta de uma clínica pediátrica, no bairro Martins.

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Segunda capivara é vista em área urbana
Segundo o médico-veterinário Márcio de Barros Bandarra, o aumento desses deslocamentos pode estar ligado à disputa de território, busca por alimento e seca, fatores que fazem esses animais se afastarem do habitat natural e avançarem para áreas urbanas.
Na quarta-feira (05), uma capivara ferida foi encontrada na porta de uma clínica pediátrica no Bairro Martins, a suspeita é de que ela possa ter vindo do Rio Uberabinha, que fica a aproximadamente 1 km do ponto onde o animal apareceu.
Já o segundo registro, desta quinta (6), o animal foi visto por moradores no bairro Brasil, local ainda mais distante de áreas com água e vegetação, a cerca de 4 km de represas e áreas naturais como Parque do Sabiá e Rio Uberabinha, onde esses animais costumam viver. Veja o vídeo:
Por que elas estão indo tão longe?
O veterinário, que também é referência em animais silvestres, explica que os dois registros chamam atenção porque nenhum dos locais onde as capivaras foram vistas fica próximo de mata ou áreas naturais.
Segundo Márcio Bandarra, essa movimentação pode estar relacionada a dois fatores principais, seca e disputa territorial. “Capivaras vivem em bando. O que faz elas se moverem é comida e água. Quando encontramos um animal solitário, normalmente é briga de território”, explica.
O especialista acrescenta que, nesta época do ano, a oferta de água e alimento diminui e isso favorece deslocamentos em busca de recursos, porém, destaca que não é comum que indivíduos dessa espécie percorram distâncias tão grandes.
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Risco sanitário e orientações
As capivaras são consideradas hospedeiras naturais de carrapatos, vetores de doenças como a febre maculosa. Apesar de Uberlândia possuir acompanhamento populacional, especialmente na região do Parque do Sabiá e entorno, o alerta permanece.
Bandarra reforça que a população não deve se aproximar. “Capivara é bonitinho, o povo acha lindo, mas ela é um roedor, tem dentes grandes e pode transmitir doenças. A primeira orientação é: não chegue perto.”
O que fazer ao encontrar o animal?
Se uma capivara for vista fora de áreas naturais, a orientação é não se aproximar e acionar as autoridades para manejo seguro. O atendimento pode ser feito pelo Corpo de Bombeiros via 193 e Polícia Militar de Meio Ambiente, 190. Equipes especializadas farão a análise do caso, a captura e relocação ao habitat natural.
Em Uberlândia, o monitoramento de capivaras é acompanhado por equipes de manejo ambiental em regiões como Morada do Sol, Praia Clube e Parque do Sabiá, onde a população da espécie se mantém estável.