Onça-pintada que atacou caseiro no MT pode não voltar para natureza, dependendo das condições de saúde
Felino de 94 kg atualmente apresenta problemas de saúde e comportamento agressivo, o que pode levá-lo a um recinto permanente
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A onça-pintada que matou o caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, em Aquidauana (MS), pode não ser devolvida à natureza devido ao seu estado de saúde e comportamento agressivo.
O animal, um macho de 94 kg, está internado no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) em Campo Grande desde 24 de abril, e seu futuro será definido com base em sua recuperação, conforme avaliação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
As informações são do último boletim médico divulgado pelo centro de reabilitação, divulgado na última segunda-feira (28).
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Ainda conforme o boletim, a onça está 26 kg abaixo do peso ideal e apresenta gastroenterite, leve anemia e alterações agudas no fígado e nos rins, embora sem sinais de insuficiência orgânica, segundo exames de ultrassonografia.
Veterinários do CRAS, com apoio da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), ajustaram sua dieta com peixes e frangos para promover uma recuperação gradual.
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Apesar de estar consciente e alerta, o felino tem demonstrado reatividade a humanos, ameaçando a equipe do CRAS, o que levanta dúvidas sobre sua capacidade de retornar ao habitat natural.
O ICMBio já sinalizou que, devido ao comportamento agressivo e ao histórico do ataque, o destino mais provável para o animal é um recinto permanente ou temporário, onde ele possa viver em segurança sem representar riscos. A decisão final dependerá da evolução de seu quadro de saúde nas próximas semanas.

O ataque a Jorge Ávalo, ocorrido em 21 de abril, chocou a região do Pantanal e reacendeu o debate sobre os limites da convivência entre humanos e fauna silvestre. Especialistas apontam que a magreza da onça pode ter contribuído para o incidente, levando-a a buscar presas mais fáceis, como humanos.