A raiva animal é uma doença viral que afeta diretamente o sistema nervoso central de mamíferos, incluindo seres humanos. Apesar de anos de controle em áreas urbanas, o vírus persiste em animais domésticos e silvestres.
O principal meio de transmissão ocorre por meio de mordidas, arranhões ou lambidas em feridas de animais infectados. A saliva contaminada pelo vírus é a principal via de contaminação, e uma vez que os sintomas aparecem, a doença é quase sempre fatal.
Quais são os sintomas da raiva animal e como é feita a transmissão?
A raiva é transmitida através do contato com a saliva de um animal infectado. A mordida de cães e gatos é uma das principais vias de contágio, mas arranhões e até lambidas em mucosas ou feridas abertas também podem transmitir a doença.
Após a exposição ao vírus, os sintomas geralmente se manifestam entre 10 a 60 dias, mas podem variar conforme o caso.
No começo, a doença pode causar mudanças comportamentais, como agressividade, salivação excessiva e alterações nos sons emitidos pelos animais, como latidos ou miados mais frequentes.
À medida que o quadro evolui, o animal pode desenvolver rigidez muscular, dificultando a deglutição, o que leva ao acúmulo de saliva — o clássico sintoma da “boca espumando”.
Se não for tratado, o animal entra em convulsão, seguido de paralisia e, finalmente, morte.
Se uma pessoa for mordida por um animal suspeito de estar infectado com raiva, o primeiro passo é buscar ajuda médica imediata.
Além disso, é essencial informar as autoridades de saúde locais, como a Unidade de Vigilância de Zoonoses, para o animal ser colocado em quarentena e submetido a exames.
A vacinação é o principal meio de prevenção da raiva animal
Atualmente, a raiva não tem cura e pode causar morte em animais e seres humanos. A única forma eficaz de prevenção é a vacinação anual de cães e gatos.
A vacina antirrábica é obrigatória para cães e gatos, e a primeira dose deve ser aplicada a partir dos 6 meses do animal.
Mesmo animais de estimação que não saem de casa estão suscetíveis à infecção, como demonstra um caso ocorrido em 2012 em São Paulo, quando um gato foi infectado por um morcego que entrou em seu apartamento.
A vacinação antirrábica anual continua sendo indispensável para manter a doença sob controle, especialmente diante da possibilidade de transmissão por variantes silvestres do vírus, como aquelas presentes em morcegos e raposas.
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Cenário da raiva animal no Brasil
No Brasil, a vigilância e o controle da raiva em cães e gatos estão sob a responsabilidade do Ministério da Saúde.
De 2002 a 2024, houve uma queda significativa nos casos de raiva em cães: de 635 registros em 2002 para apenas 8 em 2024.
A vacinação em massa foi o principal fator para essa diminuição, e o controle de focos da doença continua a ser uma prioridade em áreas de risco.
Entre 2015 e 2024, 238 casos de raiva foram registrados em cães e gatos no país, sendo que 77,7% ocorreram em cães.
Desses, 39% dos casos de raiva canina foram causados pela variante do vírus típica de cães (AgV1), geralmente associada a surtos na fronteira com a Bolívia.
Além dos cães, os gatos também são suscetíveis à raiva, especialmente pela exposição a morcegos, devido ao seu comportamento predatório.
No entanto, as taxas de vacinação entre felinos preocupa, já que são inferiores às de cachorros, expondo inúmeros gatos ao risco de infecção.
A raiva em animais silvestres
Animais como morcegos, raposas e outros mamíferos silvestres atuam como transmissores do vírus, e podem infectar tanto animais domésticos quanto humanos também.
Morcegos, em particular, são os principais transmissores para gatos, que ao caçá-los acabam contraindo a doença.
Por isso, é necessário manter a vacinação dos animais domésticos em dia, mesmo em regiões urbanas, para evitar que variantes silvestres do vírus causem novos surtos.