Maus-tratos a burro em Uberlândia: investigação identifica agressores
Animal, agredido com um bastão de choque e chicotadas, passou por atendimento no Hospital Veterinário e destino definitivo fica a cargo do Ministério Público
A investigação de maus-tratos a um burro em Uberlândia, ocorrida após a cavalgada do dia 24, levou à identificação dos agressores e à apreensão do animal. O caso repercutiu amplamente após a divulgação de um vídeo que mostrou as agressões durante o embarque improvisado de animais perto do Parque de Exposições.
Ao final do inquérito policial, quatro maiores de idade foram indiciados por crimes de menor potencial ofensivo e dois adolescentes foram responsabilizados pela participação nas agressões. O destino definitivo do burro ficará a cargo do Ministério Público.

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Como aconteceram os maus-tratos
De acordo com o delegado Daniel Azevedo, responsável pelo inquérito, um grupo de homens passou a agredir o burro com um bastão de choque e chicotadas, após o animal se mostrar arredio. Uma ativista da causa animal filmou as agressões e tentou impedir a violência, mas foi hostilizada e ameaçada pelos participantes.
Entre os investigados estão jovens de Uberlândia e Monte Alegre de Minas, incluindo um rapaz de 19 anos que se apresentou falsamente como policial militar. Ele confessou o crime e disse ter agido sob efeito de álcool e medicamentos. Também foram identificados um motorista de 26 anos, responsável pelo transporte do animal, além de adolescentes que participaram das agressões.

Qual o destino do animal
A Polícia Civil (PC) localizou o proprietário do burro, que confirmou ter levado o animal ao evento para vendê-lo, mas diante da situação decidiu doá-lo ao Estado. O burro foi encaminhado ao Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), onde passou por atendimento e exames de corpo de delito.
Segundo o delegado, a prova técnica obtida no hospital foi fundamental para dar robustez à investigação.
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Ministério Público cobra mudanças na lei
O Ministério Público de Minas Gerais, representado pelo promotor Breno Lintz, destacou que, apesar da gravidade do caso, a legislação atual prevê penas brandas para maus-tratos a animais que não sejam cães ou gatos. Ele defendeu alterações na lei para ampliar a proteção a todos os tipos de animais. “Esse caso precisa servir de alerta. Se for preciso, vamos propor mudanças legislativas para evitar que situações como essa voltem a se repetir em Uberlândia e no Brasil”, afirmou.
O promotor também reforçou a necessidade de fiscalização mais rígida em eventos como cavalgadas, para coibir práticas abusivas e garantir a integridade dos animais.