Conheça Angel, cadela-bombeira que encontrou primeiro corpo em Brumadinho

Um anjo de quatro patas… assim pode ser definida Angel, a cadela-bombeira que encontrou o primeiro corpo na tragédia ambiental de Brumadinho, em 2019. Hoje, a cachorra vive sob os cuidados da médica veterinária Glayce Soares de Oliveira, que a adotou no fim de 2023, quando a pastora alemã se aposentou do Corpo de Bombeiros.

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Aos 11 anos, Angel é considerada uma idosa no mundo pet. Após 10 anos de trabalho no Grupo de Busca e Salvamento com Cães do Corpo de Bombeiros de Uberaba, a pastora alemã foi adotada pela veterinária Glayce e agora curte a merecida aposentadoria ao lado da nova tutora.

O Paranaíba Mais conversou com a médica veterinária que adotou Angel, para conhecer a história da cadela farejadora que foi uma das heroínas em Brumadinho.

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Trabalho em Uberaba

Quem levou Angel para Uberaba foi o sargento Thales Marcelo Rufino. O bombeiro militar adquiriu a cadela ainda filhote, em Belo Horizonte, e a trouxe para o Canil do 8º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais (CBMMG).

Durante os 10 anos que viveu no Triângulo Mineiro, Angel foi treinada (confira no vídeo acima) para trabalhar na busca e salvamento de pessoas desaparecidas. Em 2019, após o rompimento da Barragem do Córrego do Feijão em Brumadinho, a cadela foi um dos cães convocados para ajudar na busca das vítimas.

Missão em Brumadinho

Angel marcou seu nome na história do CBMMG por ser a cadela que indicou aos bombeiros o local onde estava o primeiro corpo encontrado em meio ao mar de lama.

A pastora alemã ficou por 21 dias em Brumadinho auxiliando nos trabalhos de busca. Ao todo, foram 272 pessoas mortas na tragédia.

Aposentadoria e adoção

Em 2023, Angel teve problemas de saúde que a afastaram das atividades profissionais. Ela passou por uma cirurgia com a médica veterinária Glayce.

“A Angel passou por uma extensa cirurgia (mastectomia) em outubro de 2023. Ela teve complicações no pós-cirúrgico e isso exigiu cuidados de enfermaria. Então, em novembro, ela veio para Betim e ficou sob os meus cuidados na clínica durante um mês.

“Esse tempo nos aproximou, ela passou a me aceitar como sua tutora. Ao final do tratamento, ela iria retornar para Uberaba, porém já para se aposentar. Aí, me perguntaram se eu queria ficar com ela. De imediato eu aceitei, pois já tinha criado um vínculo emocional grande com ela.

Queridinha da família

A cadela-bombeira chegou com moral na casa de Glayce. A veterinária, que tem outros quatro cães em casa, conta que Angel é a preferida da família.

“Ela é nossa companheira. Tenho dois filhos que também são apaixonados com ela. Ela gosta de andar de carro e nadar. E no sítio temos água corrente, então ela e meus filhos brincam bastante. Ela parece ter um instinto de proteção. Quando eles entram na água ela fica sempre protegendo meu filho mais novo, não sai de perto dele.”