A presença da onça-parda no Triângulo Mineiro: conheça o segundo maior felino das Américas

Com o aumento dos avistamentos e a discussão sobre a convivência com a fauna silvestre, saiba mais sobre a onça-parda na região

, em Uberlândia

Após a tragédia envolvendo um homem devorado por uma onça-pintada no estado do Mato Grosso do Sul (MS) repercutir em todo o Brasil, na última segunda-feira (21) a discussão sobre a invasão territorial do habitat do animal, condições de vida, características e instintos da espécie se intensificou nos assuntos da web, com internautas reagindo e comentando sobre o ocorrido.

Na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, populares levantaram a discussão sobre a presença de outro felino da família das onças: a onça-parda, também avistada com frequência na região.

“Próximo o Clube Caça e Pesca, em Uberlândia, vimos pegadas grandes perto da pista de aeromodelismo, provavelmente de onça-parda”, comentou um internauta.”Onça-parda já vi depois do bairro Ipanema, próximo ao anel viário!”, comentou outro.

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Espécie é comumente vista nas regiões fora do perímetro urbano, também facilmente encontrada em diversas regiões do Brasil, – Crédito: Freepik

Segundo a Associação Onçafari é uma ONG criada para promover a conservação do meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento socioeconômico das regiões, ela é conhecida cientificamente como Puma concolor,

É uma espécie que se adapta a diversos tipos de ambientes, sendo encontrada em florestas úmidas tropicais e subtropicais, florestas temperadas, áreas montanhosas de grande altitude, pântanos, campos e até regiões áridas e frias. A capacidade de adaptação a diferentes ecossistemas faz dela um dos felinos mais versáteis.

Caracterizado como o segundo maior felino do Brasil e das Américas, ficando atrás apenas da onça-pintada — pode medir até 150 cm (sem a cauda) e pesar entre 53 e 72 kg, apesar de haver registros de machos com mais de 110 kg.

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Com um comportamento oportunista, a onça-parda se alimenta de uma grande variedade de presas. Seu cardápio inclui pequenos vertebrados, como pacas, tatus, quatis, roedores, aves e répteis, além de animais maiores como veados, porcos-do-mato, capivaras, jacarés e até criações domésticas de médio e pequeno porte.

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A onça-parda pode viver até 15 anos na natureza e, como muitos felinos, é um animal solitário. Seus hábitos são predominantemente crepusculares e noturnos, o que significa que suas atividades acontecem principalmente ao amanhecer e ao entardecer.

Nos últimos anos, têm sido cada vez mais frequentes os relatos de aproximações desse animal com o ser humano, o que gera preocupações sobre a convivência entre a fauna silvestre e as áreas urbanas.

Esses avistamentos reforçam a necessidade de discutir a convivência de espécies selvagens com as populações humanas, especialmente nas áreas onde o espaço urbano tem avançado sobre os habitats naturais desses felinos.

A conscientização e a implementação de políticas de preservação ambiental são essenciais para garantir um equilíbrio entre a fauna e a sociedade.

Onça-parda já foi notícia na região!

Ainda neste mês, uma onça-parda, apelidada pelo nome de Laís, foi avistada na rodovia MGQA-27, na zona rural de Conceição das Alagoas (MG), no dia 04. A operação foi coordenada por uma equipe do Hospital Veterinário da Uniube (HVU).

O animal havia sido avistado por um proprietário, que acionou imediatamente as autoridades responsáveis. A contenção foi feita de forma segura com o uso de anestésicos, e o felino recebeu os primeiros atendimentos clínicos ainda no local.

Lais tinha apenas 22kg, mas boas condições de saúde, segundo os veterinários – Crédito: Uniube/ Divulgação

Após ter a saúde avaliada pela equipe, foi solta no dia seguinte em uma área de reserva ambiental afastada da zona urbana no Triângulo Mineiro.

Ainda em 2024, no mês de outubro, um filhote de onça-parda foi resgatada em uma propriedade rural na cidade de Prata, no Triângulo Mineiro, após ser encontrada em um galinheiro.

O filhote possuia entre três a quatro meses, segundo o coordenador Marcio Bandara, do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Já em agosto, uma onça-parda foi encontrada morta às margens da BR-365. De acordo com os militares, a suspeita é de que o animal silvestre, ao atravessar a rodovia, possa ter sido atropelado, apesar de não apresentar ferimentos visíveis.