Gripe aviária: saiba mais sobre a doença que ameaça plantéis de aves

A gripe aviária é uma doença causada pelo vírus influenza A, principalmente dos subtipos H5 e H7, que afeta aves domésticas e silvestres

, em Uberlândia

-

Nesta sexta-feira (16), o Brasil confirmou o primeiro caso de gripe aviária em uma granja comercial, localizada em Montenegro, no Rio Grande do Sul. A detecção do vírus H5N1, que circula globalmente há mais de duas décadas, gera preocupações econômicas e sanitárias, especialmente após a suspensão das importações de frango brasileiro pela China e União Europeia. Mas o que é a gripe aviária, como ela se espalha e, principalmente, é seguro consumir carne de frango e ovos?

gripe aviária
O subtipo H5N1, identificado no caso brasileiro, é classificado como de alta patogenicidade, podendo causar altas taxas de mortalidade em aves – crédito: Gilson Abreu/AEN

A gripe aviária é uma doença causada pelo vírus influenza A, principalmente dos subtipos H5 e H7, que afeta aves domésticas e silvestres. O subtipo H5N1, identificado no caso brasileiro, é classificado como de alta patogenicidade, podendo causar altas taxas de mortalidade em aves. No Brasil, os primeiros registros da doença ocorreram em 2023, restritos a aves migratórias, mas o caso recente marca a chegada do vírus a uma granja comercial.

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Como ocorre a transmissão do vírus

O vírus se espalha entre aves por contato direto com animais infectados (vivos ou mortos), suas fezes ou secreções respiratórias. Equipamentos, água, ração ou até pessoas sem a devida higienização podem propagar o vírus. Aves migratórias são vetores naturais, trazendo o H5N1 por longas distâncias. Para humanos, a transmissão é rara e ocorre apenas por contato próximo e desprotegido com aves infectadas, como em granjas ou durante o manejo de animais doentes. Não há registros de transmissão por consumo de carne de frango ou ovos bem preparados.

É seguro comer frango e ovos?

Sim, o consumo de carne de frango e ovos é seguro, desde que devidamente cozidos. O Ministério da Agricultura e a Organização Mundial de Saúde (OMS) reforçam que o vírus H5N1 não resiste a altas temperaturas, sendo destruído durante o cozimento (acima de 74°C). Não há casos documentados de contaminação humana por consumo de alimentos avícolas.

Riscos para a saúde humana

O risco de infecção em humanos é baixo e limitado a pessoas com contato intenso com aves infectadas, como tratadores ou trabalhadores de granjas, sem uso de proteção respiratória ou ocular. Desde 2003, a OMS registrou cerca de 950 casos humanos de H5N1 no mundo, com alta letalidade (cerca de 50%), mas todos associados a exposição direta a aves doentes. No Brasil, não há registros de casos humanos. Contudo, a OMS alerta para a possibilidade de mutações do vírus que poderiam facilitar a transmissão entre humanos, o que exige vigilância global.

Medidas de controle

O governo brasileiro decretou emergência zoossanitária por 60 dias em Montenegro, isolando a área afetada e eliminando as aves da granja infectada (cerca de 17 mil). Seis barreiras de desinfecção foram instaladas, e um raio de 10 km ao redor do foco está sob investigação. O Ministério da Agricultura também notificou a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e parceiros comerciais, seguindo protocolos internacionais. Eventos com aglomeração de aves, como a Fenasul, foram suspensos, e o Zoológico de Sapucaia do Sul, onde 90 aves morreram, foi fechado preventivamente.

×

Leia Mais

Como se prevenir?

Para criadores, a biosseguridade é essencial:
• Restringir o acesso às granjas;
• Garantir higiene rigorosa de instalações e equipamentos;
• Evitar contato entre aves domésticas e silvestres;
• Notificar imediatamente qualquer sinal de doença ou mortalidade súbita às autoridades.

A população deve evitar contato com aves doentes ou mortas e, se encontrá-las, acionar o serviço veterinário local. O consumo de frango e ovos bem cozidos não apresenta riscos.