Dia do Agrônomo: como esses profissionais fortalecem o agronegócio no Triângulo Mineiro
Histórias de superação e paixão pela agricultura mostram como o trabalho dos agrônomos é essencial para garantir produtividade, inovação e sustentabilidade no campo
O Dia do Agrônomo, celebrado neste sábado (13), é uma data que vai muito além de homenagens. É um momento para refletir sobre o papel desses profissionais no desenvolvimento do agronegócio, setor que é motor da economia no Triângulo Mineiro. Seja no campo ou nas universidades, os agrônomos são responsáveis por impulsionar a produtividade, promover o uso racional dos recursos e buscar soluções para os desafios diários do setor.

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Profissionais que vivem o campo
A paixão de Francielle Borges, 26 anos, pela agronomia nasceu ainda na infância durante as férias passadas na fazenda do avô Waldemar Machado Borges. Foi lá que ela começou a observar as lavouras, fazer perguntas e se interessar por como tudo funcionava. A curiosidade aumentou ao ver o avô rotacionando áreas de plantio mesmo sem formação técnica, prática que despertou o desejo de entender mais sobre o manejo agrícola. A influência familiar se reforçou com o pai, também agrônomo, que a inspirou a seguir o mesmo caminho.

Hoje, Francielle Borges é engenheira agrônoma, pós graduada em manejos de solos e nutrição de plantas, formada pela UFU e atua como representante comercial em uma empresa privada, atendendo produtores de diferentes regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Seu trabalho é focado em fertilizantes líquidos e sólidos, produtos biológicos e tecnologias de aplicação, sempre buscando soluções que elevam a produtividade no campo.
“Eu atendo culturas como café, cebola, alho, batata, cereais, abacate e laranja. O que eu mais gosto é que não existe rotina, cada dia é um desafio diferente, com produtores diferentes. É muito gratificante ver que os resultados do meu trabalho está agregando valor para os produtos e aumentando sua margem de lucro.”, destaca Francielle Borges.

Mas a rotina também cobra um preço. A agrônoma percorre centenas de quilômetros por semana para visitar clientes, o que a expõe a riscos constantes nas estradas. “Em novembro do ano passado sofri um acidente grave, meu carro deu perda total. Foi um susto, mas não posso me dar ao luxo de parar. Nós, agrônomos, vivemos na rodovia e precisamos superar o medo para continuar ajudando o produtor”, relata.
A visão acadêmica e o futuro do setor

No meio acadêmico, o professor Wedisson Santos, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da UFU, ressalta a importância de formar profissionais preparados para os novos desafios do campo.
“Nosso papel é provocar o aluno, fazê-lo refletir e buscar soluções baseadas em ciência. Trabalhamos para que ele entenda a importância de práticas como o manejo correto de nutrientes, a preservação do solo e o uso de tecnologias que aumentem a eficiência produtiva”, explica.
Wedisson Santos também coordena o Laboratório de Análise de Solo e Tecido Vegetal, que presta serviços para produtores da região, ajudando-os a tomar decisões mais assertivas sobre adubação e manejo de fertilidade. “É extremamente gratificante ver que aquilo que ensinamos em sala é aplicado no dia a dia e gera resultados reais no campo”, completa.

Formação de engenheiros agrônomos no Brasil
Profissionais formados em Agronomia são essenciais para uma produção lucrativa e sustentável. Segundo a 20ª edição do QS World University Rankings 2024, o Brasil tem 35 universidades listadas entre as melhores do mundo.
Dados do Confea revelam que o país conta hoje com 88.522 vagas em cursos de Agronomia, distribuídas em 415 graduações. Deste total, 57% das vagas são ofertadas na modalidade EaD, sendo que duas instituições concentram 47.440 delas, ou seja, 93,57% do total de vagas a distância.
No ensino presencial, o cenário também é de expansão. Conforme o e-MEC, são 405 cursos presenciais de Agronomia, com 37.822 vagas em todo o Brasil. O crescimento, no entanto, levanta preocupação sobre a qualidade da formação, já que a oferta de vagas supera a demanda de profissionais no mercado de trabalho.
As mulheres também estão ganhando cada vez mais espaço no setor. Um levantamento do Crea apontou que, em 2020, havia 109 mil engenheiros agrônomos formados no país, sendo 20.348 mulheres, o que representa um avanço significativo na participação feminina no agronegócio.
