O menino de 5 anos morto pelo pai, no bairro Lagoinha, em Uberlândia, pode ter sido asfixiado antes de ser atingido por facadas. As informações constam no boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM).
Segundo a PM, a avó materna havia deixado o menino para visitar o pai, por volta das 11h.
Quando foi buscá-lo, não foi atendida. Então chamou a filha, que também não teve sucesso, e resolveu pular o muro da residência para ver o que estava acontecendo.
A mulher, de 36 anos, encontrou o filho sobre a cama sem sinais vitais. O corpo do pai estava em outro cômodo, onde o homem, de 38 anos, tirou a própria vida.
Ainda de acordo com a polícia, a criança apresentava dois ferimentos no pescoço, cometidos por faca. A arma usada no crime foi apreendida.
A perícia da Polícia Civil também foi acionada e constatou sinais de asfixia no menino. Uma fita adesiva foi utilizada pelo pai para tapar a boca da criança.
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Filho morto pelo pai, tinha boa relação com o homem
Amigo da família há cerca de 50 anos, Júnior Coelho contou à TV Paranaíba que os pais eram separados, mas o pai tinha boa convivência com o filho. O casal ainda tem outra filha, mais velha.
“Eu não estou nem entendendo o que aconteceu. É uma situação tão triste. Eu jamais imaginaria uma coisa dessas. Encontrei com ele [pai do menino] essa semana. É um menino bom, fazer uma tragédia dessa. Muito complicado”, desabafou Coelho.
Segundo apurado pela TV Paranaíba com uma testemunha, o homem não aceitava muito bem o fim do relacionamento com a mãe da criança.
Após a separação, ele chegou a apresentar comportamento agressivo e sintomas de depressão. Além disso, no dia do crime, ele quem teria pedido para que a criança fosse visitá-lo nesta quarta (17).
Investigações
A tragédia mobilizou o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Polícia Civil. Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) e, após passarem por exames que subsidiarão os laudos periciais, serão liberados aos familiares. A previsão é que isso ocorra ainda na tarde desta quinta-feira (18).
A Polícia Civil apreendeu o celular do pai para ser periciado e vai investigar a motivação do crime.
“Foi instaurado inquérito para tentar apurar a motivação. Mas, com a morte do homem, a punibilidade está extinta conforme as causas extintivas da punibilidade”, informou o delegado-chefe do 9º Departamento de Polícia Civil de Uberlândia, Marcos Tadeu de Brito.
Há situações em que não é possível punir o autor de um crime. No caso do menino morto pelo pai, deixa de existir o direito de punição uma vez que o autor do crime também faleceu. As causas de extinção da punibilidade estão previstas no artigo 107 do Código Penal.