Começar a investir pode parecer um mistério para muitas pessoas e uma aventura incerta para quem não tem nenhum conhecimento sobre o mercado financeiro. A ideia de colocar o próprio dinheiro em algo que não se compreende pode ser de fato meio assustador.
No entanto, essa vontade não precisa ser um salto no escuro. Com os conselhos certos, é possível transformar esse desafio em uma jornada empolgante rumo à independência financeira.
Isso é o que garante a economista e consultora financeira Isabela Amâncio. O Paranaíba Mais conversou com a especialista para desmistificar o medo de começar a investir e compartilhar orientações valiosas para quem pretende ter rendimentos para além da poupança.
Começar a investir não precisa ser um martírio
Mesmo parecendo um território desconhecido, lidar com os medos iniciais e evitar os erros comuns pode ser mais fácil do que se pensa. No entanto, o investidor de primeira viagem precisa começar a entender os conceitos e práticas fundamentais para um investimento seguro.
Segundo a economista, esse receio geralmente está relacionado à falta de conhecimento.
“Eu diria que o medo não se trata somente dos riscos relativos a começar a investir, mas da falta de conhecimento, da sensação de estar no escuro e não saber bem onde está pisando. Por isso, o primeiro passo é buscar conhecimento de fontes confiáveis. É se familiarizar com a linguagem do mercado financeiro. É alinhar a teoria de investir antes de colocar em prática”, sugeriu Isabela.
A seguir, veja um passo a passo prático sugerido por Amâncio para começar a investir com segurança e sem medo.
1. Buscar conhecimento
Inicie o caminho por uma educação básica e, posteriormente, aprofundada sobre o mercado financeiro e os termos mais comuns sobre o assunto. Muito se lê e ouve falar sobre os termos renda fixa e renda variável, por exemplo.
Os dois conceitos estão atrelados à taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia e ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é o indicador que gira em torno da taxa Selic.
“Além destes, é importante entender bem o conceito e como funcionam a taxa de juros, a inflação e a taxa de câmbio. Entender a economia como um todo antes de se ater a siglas de investimentos”, destacou a economista.
Também é importante começar a entender como funciona a incidência dessas principais taxas e impostos sobre investimentos.
“As taxas têm diminuído bastante nos últimos anos como forma de incentivo à entrada no mercado financeiro. Agora, o principal imposto que um investidor iniciante deve se atentar é o imposto de renda, pois é descontado na fonte em alguns tipos de renda fixa e deve ser pago caso ultrapasse o teto da renda variável. Mas o mais importante sobre esse imposto é que os investimentos sempre devem ser declarados nele independente de seu valor”, informou.
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2. Ter clareza sobre o valor que tem disponível para investir
O próximo passo é analisar o orçamento para determinar com quanto você pode começar a investir sem comprometer as finanças pessoais.
A consultora orienta conhecer a renda média mensal e as despesas médias mensais. A partir do momento que o investidor conhece seu próprio orçamento, ele consegue definir um valor de investimento que não interfira no comprometimento financeiro.
3. Definir seus objetivos financeiros de curto, médio e longo prazo
Em seguida, é preciso estabelecer metas de curto, médio e longo prazo para os investimentos. Nem sempre será uma tarefa fácil, especialmente para as pessoas que têm maior dificuldade de controlar as finanças.
A ajuda de um consultor financeiro é determinante para estabelecer essas metas que podem ser para reserva de emergência, compras planejadas, compra de imóveis e outros bens de alto valor, educação dos filhos, aposentadoria, etc.
4. Testar seu conhecimento por meio de simulações, comparações e análises
Com as novas tecnologias e planilhas personalizadas criadas pelos financistas, é possível simular diferentes tipos de investimentos e a rentabilidade de curto a longo prazo.
Essas simulações de cenário de investimentos devem considerar as rendas variáveis como taxa de retorno, inflação, tempo de investimento entre outros.
5. Começar a colocar em prática aos poucos
A partir de agora, é hora de colocar em prática os conhecimentos iniciais e começar a investir
de forma gradual, aumentando a confiança e experiência.
As metas estabelecidas vão ajudar o investidor iniciante nessa etapa, priorizando aquilo que é mais importante, porém mais acessível à realidade orçamentária.
6. Manter a constância
A etapa final é continuar aprendendo e investindo regularmente para alcançar os objetivos financeiros, sem arriscar cair em alguma fraude ou cometer erros que vão comprometer o orçamento.
“Os erros mais comuns que os investidores cometem são a desatenção e a impulsividade, começar a investir em algo sem a devida análise. A forma de evitá-los é com paciência, atenção, informação e conhecimento”, finalizou Isabela.