O jovem, de 25 anos, que tentava vender a filha, uma criança de dois anos, para conseguir comprar drogas tinha a guarda legal da menina. A informação foi confirmada pela Polícia Militar (PM) de Uberlândia durante coletiva na tarde desta quinta-feira (4).
O suspeito foi preso em flagrante em um bar, no bairro Bom Jesus, por ameaça, abuso infantil, exploração sexual e resistência à abordagem policial. Ele foi encaminhado à delegacia de Polícia Civil (PC), onde aguarda para ser ouvido pelo delegado.
Maltratou e tentou vender a filha
De acordo com a Polícia Militar, a equipe foi acionada por testemunhas que viram quando o jovem entrou no estabelecimento acompanhado da criança. O suspeito estava bastante alterado, indicando estar alcoolizado.
De acordo com o tenente Adriano, o suspeito continuou fazendo uso de bebida alcoólica e começou a maltratar a filha, chamando a atenção de outras pessoas que estavam no bar. “Ele pegava a comida da criança e jogava ao chão, pisava na comida e depois dava para a criança comer novamente. Pegou um pirulito que a criança estava na mão, pisoteou e jogou no meio da rua. A criança foi no intuito de pegar [o pirulito] e quase foi atropelada”, detalhou.
Em seguida, as testemunhas relataram que o jovem passou a abordar as pessoas para tentar vender a criança por R$ 65. O suspeito deixava claro que usaria o valor para comprar drogas. A um cliente, o jovem ofereceu a filha para atos sexuais.
No momento da abordagem e tentativa de prisão, o homem usou uma faca para ameaçar os policiais.
Família da criança
A PM confirmou que a menina de dois anos estava com o pai porque o jovem tem a guarda legal da criança. “A mãe também é usuária de drogas. Então, ela fez um acordo extrajudicial com o pai e passou a guarda. Ele estava fazendo com que a guarda rendesse algum dinheiro para ele, tentando vender ou explorar sexualmente essa criança”, explicou o tenente Adriano.
Após a prisão, o Conselho Tutelar foi acionado e entregou a criança aos cuidados da avó materna. O conselheiro tutelar à frente do caso, Daniel Granados, detalhou que o órgão visa garantir o direito à convivência familiar. “A prioridade que a lei fala é sempre estar a convivência familiar. Então, o Conselho Tutelar busca esse familiar ou até mesmo alguém de confiança indicado pela família”, explicou.
A equipe de reportagem da TV Paranaíba conversou com a mãe da criança por telefone. Em uma conversa breve, a mulher informou que a filha está sendo bem cuidada.