A família da criança de sete anos alega que o menino estava em crise convulsiva quando foi deixado na casa da família, na zona rural de Perdizes, pelo motorista da van escolar. O fato aconteceu na tarde de quinta-feira (12).
A Jheniffer Aleixo, mãe da criança, disse que o filho estava desfalecido quando o pegou no colo. “Os outros alunos que estavam na van falaram que já tinha um tempo que ele estava desmaiado, só que o motorista não tinha como dar socorro porque não tinha uma monitora para dar apoio a ele”, detalhou a mãe, que alega que pretende registrar um boletim de ocorrências do ocorrido.
Socorro durante crise convulsiva
Diante da gravidade, os pais levaram o garoto imediatamente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Araxá, que fica a cerca de 30 km da fazenda onde a família mora. O menino foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ficou internado para receber o atendimento necessário.
Segundo a mãe do menino, ele é diagnosticado com Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), mas suspeita que ele também pode sofrer de epilepsia já que esta é a quarta crise convulsiva do filho. Esse último episódio foi o mais grave, ainda de acordo com a mãe, o menino ficou uma hora desacordado entre o momento que ele chegou em casa e quando deu entrada na unidade médica em Araxá.
Após o atendimento de emergência na UPA a criança vai ser transferida para a unidade de saúde Unileste, em Araxá, para uma consulta com a neurologista que o atende. O menino vai passar por exames para saber se houve alguma consequência da crise convulsiva.
Posicionamento da Prefeitura
A mãe da criança disse que nunca teve problemas com o serviço da van escolar, prestado pela Prefeitura de Araxá. Mas, diante da crise convulsiva grave sofrida pelo filho, a mulher reclama que as consequências poderiam ser piores. “Eu acho que deveria ter a monitora, porque não tem como o motorista dar assistência a todas as crianças. Pode ter briga, elas ficarem assustadas com alguma coisa, e a quem as crianças vão recorrer? O motorista está dirigindo, como ele vai dar atenção?”, questionou a dona de casa.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação de Araxá alegou que o motorista da van prestou o devido atendimento de forma rápida e eficiente à criança. O homem, ao perceber que o menino estava tendo uma crise convulsiva, parou o veículo e prestou os cuidados necessários, já que possui cursos de primeiros socorros.
A nota continua explicando que o motorista preferiu levar a criança para casa por estar a cerca de 2 km da propriedade rural onde a família mora. Depois, os pais decidiram levar o menino para o atendimento médico em carro próprio.
Sobre a falta de monitores em vans escolares, a Secretaria Municipal de Educação informou que isso não é exigido no Código Brasileiro de Trânsito, porém o Município vai fazer um estudo para implantar esse projeto a partir do próximo ano letivo. Por fim, a nota reforça que as vans escolares possuem monitoramento em tempo real para dar segurança aos alunos e tranquilidade aos pais.