Convivendo com a menopausa: do susto ao autoconhecimento, uma jornada de autoaceitação

Nesse relato pessoal entenda sobre os desafios e as oportunidades da menopausa, uma fase da vida que merece ser celebrada!

20/10/2024 ÀS 11H57

- Atualizado Há 1 dia atrás

Me lembro exatamente do dia em que a ficha caiu. Era uma segunda-feira, no meio da manhã, e o tempo estava ameno. Eu estava em um dos parques da cidade, cercada pelo verde e pela companhia de uma amiga querida, que ama correr. Na época, eu me arriscava em trotes, testando meus limites. Era bom. Tínhamos acabado de correr seis quilômetros. Enquanto a escutava, uma voz interna me sussurrou como um segredo: “Sua menstruação não veio…”.

Um arrepio percorreu minha espinha. Devo ter ficado pálida e gelada, mas minha amiga sequer notou meu susto. Dali para casa, fiz as contas e a matemática confirmou minhas suspeitas: a menopausa estava se aproximando.

A menopausa é uma jornada longa e sem linha de chegada. Hoje reconheço que construir essa trilha não é fácil e que encontrar mais pedras ou sementes a germinar dependerá de cada mulher.

Pode parecer um pensamento simples, mas é um fato que precisa ser admitido: por mais complicada e cheia de altos e baixos que seja essa fase – como uma montanha-russa –, existem saídas e desafios.

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Não seremos mais as mesmas e há nisso uma surpresa: a descoberta de nuances em nós que jamais havíamos explorado. A menopausa pode ser um rompimento com padrões e exigências que nunca foram nossos. E ela, muitas vezes demonizada, pode ser uma aliada na liberdade de sermos quem quisermos.

Mônica Cunha sorrindo, de pé, com casaco amarelo
“A menopausa é uma jornada longa e sem linha de chegada” – Crédito: Arquivo Pessoal

Eu decidi não brigar com ela. Tento buscar uma convivência harmoniosa, sem condescendência. Ela não manda em mim, nem eu nela. Estabelecemos um acordo e, para que a maturidade floresça, é preciso cultivar a capacidade de ceder em muitos momentos.

Quando recebi o diagnóstico, chorei. Não tenho vergonha da minha fragilidade. Pensei em tudo o que havia vivido e percebi que muito do meu desatino momentâneo não tinha relação com o climatério/menopausa.

No turbilhão da ausência hormonal, as escolhas, as consequências e, principalmente, o fato de não ter tido filhos, tomaram conta dos meus pensamentos. Sem contar que o pôr do sol se tornou um gatilho para a melancolia.

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O relógio marcava seis horas, os pássaros cantavam e uma sensação de angústia me tomava. Era como se algo ruim estivesse prestes a acontecer. Mas não acontecia. Diante desse cenário, criei uma estratégia simples: abria a janela para o pôr do sol, olhava para o céu e dizia para mim mesma: “Vai passar”. E está passando. Essa janela me permitiu considerar a possibilidade de fazer reposição hormonal, de lidar com as mudanças no corpo, de me sentir mais bonita e de buscar uma melhor qualidade de vida, sem a pressão de ninguém. O importante é focar no que realmente importa: os laços familiares e de amizade, a introspecção e a busca por um bem-estar genuíno.

Eu nem sabia, mas o calendário marcou o dia da minha menopausa: 18 de outubro. Essa data reforça a necessidade de um olhar mais atento e cuidadoso para essa fase da vida de uma mulher. Nós, mulheres, não queremos nos esconder. Queremos saber o que podemos fazer para viver plenamente os 50 e tantos anos que virão.

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