Conheça o “Boitel”: um serviço de hospedagem para bovinos

O sistema de confinamento para animais bovinos recebe o rebanho durante a engorda até o momento do abate

06/10/2024 ÀS 10H32
- Atualizado Há 2 dias atrás

Uma propriedade rural localizada a vinte quilômetros de Uberlândia, oferece um serviço de apoio para produtores rurais que não possuem estrutura suficiente para ter um confinamento próprio para a engorda do rebanho. 

Carlos Alberto
Carlos Alberto explica o funcionamento do “boitel” – Créditos: TV Paranaíba.

Segundo o proprietário, o negócio de família começou há 5 anos para confinamento apenas do rebanho próprio, mas o resultado foi tão positivo que eles foram procurados por outros produtores para transformar a operação em um serviço disponível para toda a região: 

“Há alguns anos atrás a demanda de pastagem estava reduzindo e a área de lavoura chegando mais próximo da fazenda. E então nós decidimos fazer a parte de confinamento. Começamos o confinamento próprio e com os resultados, com a procura e tudo mais, a gente foi vendo nessa oportunidade um novo negócio” Carlos Alberto, proprietário da Martins 3 Agro. 

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Como funciona o “Boitel”?

O processo é bem simples: o dono do rebanho entrega seus animais para o “Boitel”  e lá acontece todo o trabalho que resulta na engorda do animal, com mão de obra qualificada, alimentação, estrutura e cuidados sanitários. Deste modo, o tempo e investimento gasto na engorda dos bois fica menor, e todos os envolvidos lucram com o processo. 

“Hoje quanto menos tempo você gastar na engorda do animal, mais você terá sucesso financeiro. E é esse o grande sucesso do confinamento, porque você adianta esse animal aí quase que uns 6 meses da vida de abate dele”, disse Carlos Alberto.

Alimentação
No “boitel” os animais recebem pelo menos quatro refeições diárias – Crédito: TV Paranaíba.

Ainda de acordo com ele, o “Boitel” também traz outros benefícios para o pecuarista. Pois com a área liberada, o produtor tem a oportunidade de fazer reposição do espaço, adquirindo outros animais. Além de não precisar separar capital para compra de alimentos, suplementos e demais insumos para a engorda.

A área da fazenda é dividida em lotes. Em cada baia ficam de 100 a 130 cabeças, por um período que vai de 90 a até 120 dias. E o tratamento é 5 estrelas: os “hóspedes” recebem pelo menos quatro refeições diárias para ganhar peso com auto performance.

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Alimentação

A formulação da dieta bovina é cuidadosamente pensada. São 10 componentes essenciais para garantir o manejo nutricional adequado, focado no ganho de peso dos animais. Todo o processo é acompanhado por um nutricionista garantindo a melhor composição até chegar ao abate.

O cardápio é definido de acordo com a disponibilidade e o preço do mercado. São duas qualidades de milho, farelo de arroz, DDG (que também é feito de milho), dois tipos de silagem, bagaço de cana, núcleo, ureia e água para misturar todos os ingredientes.

“Uma parte da dieta é produzida na própria fazenda, os outros nutrientes vêm de fora. Mas a maioria de Minas” Weisler Borges – Créditos: TV Paranaíba.

Os profissionais também se preocupam com a pontualidade no horário das refeições. Segundo o zootecnista, Weisler Borges, os animais podem perceber até 15 minutos de atraso no fornecimento da ração. Então eles precisam ser bem rigorosos nos horários para que os animais não tenham queda de performance. 

Maximizando os lucros

Jorge Gomes, é um dos pecuaristas que deixam seus os animais para engorda na Martins 3 Agro. Atualmente, quase 100% da sua produção bovina passa pela tecnologia de confinamento de engorda. 

Segundo ele, o “Boitel” surgiu como uma alternativa interessante para poder maximizar o desempenho dos animais e principalmente para que ele tenha oferta de animal para venda no momento da entressafra, que normalmente acontece no segundo semestre do ano, e permite melhores preços na venda dos animais durante este período.

“No dia que a gente coloca os animais, a gente já sabe o dia que a gente vai poder vender esses animais para o abate, conciliando isso com as ferramentas de segurança de mercado, que são as travas. É imprescindível o produtor ter garantido o preço que ele vai conseguir comercializar, porque aí você consegue fazer seu plano de negócio, analisar se aquilo ali está dentro do que você está esperando e ter uma operação muito mais segura e tranquila” Jorge Gomes.  

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Atualmente, o confinamento atende mais de 20 pecuaristas e pouco mais de 2 mil animais. A expectativa dos empresários é expandir para 8 mil bovinos no próximo ano, quadruplicando o tamanho da produção em 2025. 

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