Marburg: quais os sintomas e risco do vírus que pode causar nova pandemia

O vírus, parente do Ebola, já causou mortes em Ruanda e a OMS teme nova pandemia. Entenda os riscos e como se proteger.

, em Uberlândia
04/10/2024 ÀS 10H05
- Atualizado Há 4 dias atrás

O vírus Marburg pertence à mesma família do Ebola e provoca uma febre hemorrágica mortal.

Esse vírus foi identificado pela primeira vez em 1967, na cidade alemã de Marburg, durante um surto que começou com trabalhadores de laboratório que manuseavam tecidos de macacos importados de Uganda. 

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OMS recomenda rigorosas medidas de isolamento e proteção para conter a disseminação do vírus Marburg e proteger as comunidades — Crédito: Jarun Ontakrai

Desde então, surtos esporádicos foram registrados em vários países africanos, como Angola, República Democrática do Congo e Uganda, além de, mais recentemente, na Guiné Equatorial e na Tanzânia, em 2023.

Sintomas do vírus Marburg

A infecção por Marburg começa com sintomas como febre alta, dor muscular intensa, mal-estar e dor de cabeça.

Com o avanço da doença, o paciente pode apresentar vômitos, diarreia, dores abdominais e erupções cutâneas.

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O contato com morcegos frugívoros e fluidos corporais de infectados são as principais formas de transmissão do vírus Marburg entre humanos — Crédito: Freepik

Em muitos casos, ocorrem hemorragias graves a partir do quinto ou sétimo dia, afetando órgãos internos e levando o paciente a um estado de choque e falência múltipla de órgãos.

Sem um tratamento específico ou vacina disponível, a taxa de mortalidade é extremamente alta.

A confirmação do diagnóstico é feita por meio de testes laboratoriais em amostras de sangue e outros fluidos corporais.

Como o vírus Marburg é transmitido 

O vírus Marburg é transmitido inicialmente de animais para humanos, principalmente por meio do contato com morcegos frugívoros do gênero Rousettus, que habitam cavernas e minas.

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A partir daí, a transmissão entre humanos ocorre pelo contato direto com fluidos corporais de pessoas infectadas, como sangue, saliva, suor e urina.

 Profissionais de saúde são especialmente vulneráveis quando não utilizam os devidos equipamentos de proteção.

Como se prevenir?

Para evitar a disseminação, a OMS recomenda medidas rigorosas de isolamento para os infectados e o uso de equipamentos de proteção individual.

A população deve estar atenta aos primeiros sinais da doença e buscar ajuda médica imediata em caso de sintomas.

A higiene adequada e o distanciamento de áreas onde o vírus foi identificado são essenciais para a prevenção.

O que fazer em caso de suspeita de infecção?

Em caso de teste positivo, os pacientes devem ser isolados em unidades especializadas para reduzir o risco de contágio.

Ainda que não haja tratamento específico para o Marburg, cuidados de suporte, como reposição de fluidos e controle da dor, aumentam as chances de sobrevivência.

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A OMS tem trabalhado para acelerar o desenvolvimento de vacinas contra o vírus, mas até o momento, não há imunização disponível.

Ensaios clínicos com terapias experimentais estão em andamento, mas a prioridade, no momento, é conter os surtos e proteger as comunidades.

Casos da doença no mundo

Na última sexta-feira (27), Ruanda confirmou seus primeiros casos de infecção pelo vírus Marburg, um dos patógenos mais letais conhecidos.

De acordo com o Ministério da Saúde do país, amostras de sangue de pacientes que apresentavam sintomas graves foram analisadas, e o diagnóstico positivo alarmou as autoridades.

Dois dias após os primeiros casos, já havia 26 pessoas infectadas, espalhadas por sete distritos, sendo mais da metade profissionais de saúde.

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Ruana confirmou seus primeiros casos de infecção pelo vírus, com autoridades de saúde em alerta máximo para conter a propagação — Crédito: AfricaCDC

Até o momento, o balanço oficial em Ruanda aponta 31 infectados e 11 mortes.

Outros 19 pacientes estão em isolamento, recebendo tratamento em unidades especializadas.

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Mais de 300 pessoas que tiveram contato com os infectados estão sendo monitoradas, enquanto equipes de saúde, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), trabalham para conter a propagação do vírus tanto em Ruanda quanto em países vizinhos.

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