Jornada exaustiva de 14 horas diárias, barraca de lona, com fome e sede. Sob essas condições degradantes, dois trabalhadores foram resgatados de carvoaria em Guimarânia, no Alto Paranaíba, nesta semana.
A força-tarefa de combate ao trabalho análogo à escravidão foi realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
As duas vítimas vieram de Montes Claros, no norte do estado, e estavam abrigadas em barracas de lona, sem acesso à água potável ou alimentação suficiente. “Passamos fome pelo menos três vezes por semana e estamos há mais de três dias comendo só arroz e feijão”, relataram os trabalhadores.
De acordo com o Ministério Público, os trabalhadores também não tinham acesso a banheiro e nem chuveiro. Dentro do abrigo improvisado, já foram encontrados ainda animais peçonhentos como escorpião, cobra e rato.
Veja as fotos da carvoaria em Guimarânia:
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Jornadas exaustivas em carvoaria em Guimarânia
Os trabalhadores eram obrigados a cumprir jornadas diárias de 14 horas, iniciado às 5h30 da manhã e se estendendo até 18h, sem folga semanal.
A investigação constatou que os homens não tinham carteira de trabalho assinada, e já estavam trabalhando há mais de 30 dias sem receber qualquer pagamento.
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No relato, eles disseram que as despesas de transporte de Montes Claros até a carvoaria, além da alimentação, seriam descontadas dos salários, evidenciando a prática de trabalho análogo à escravidão.
O empregador responsável pela carvoaria foi notificado e orientado a regularizar imediatamente a situação dos trabalhadores. Ele foi obrigado a pagar os salários atrasados, verbas rescisórias e arcar com o custo das passagens de volta dos trabalhadores para Montes Claros
Além disso, as barracas de lona utilizadas como alojamento foram interditadas, sendo declaradas inabitáveis pelas condições insalubres e perigosas.